Rodada de Negócios aproxima empresários do Brasil e Dubai

País receberá, a partir de hoje, 12 empresas dos Emirados Árabes Unidos, principalmente da área de infraestrutura turística, que podem render parcerias em empreendimentos para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos

Após um aumento de 15,75% nas exportações brasileiras para os Emirados Árabes Unidos no período de janeiro a maio deste ano, representantes de empresas de Dubai vêm ao Brasil em busca de novas parcerias. A partir de hoje, o Brasil receberá 12 empresas dos Emirados Árabes Unidos para dois dias de negócios.

Com cerca de 2 mil empresas  estrangeiras em Jebel Ali, região contígua ao porto, Dubai já funciona como uma espécie de central distribuidora para os países da região. Dessas companhias já instaladas no país, apenas seis são brasileiras, o que amplia o potencial de atuação do Brasil nesse país. "São cerca de 15 países que recebem produtos importados via Dubai", afirma Michel Alaby, secretário geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira.

Atualmente, as principais barreiras para a ampliação das relações entre os países são de âmbito legal. A não existência de um tratado de proteção e promoção recíproca de investimentos e a bitributação ainda impedem um ganho e sinergia maior. "Precisamos dessas ferramentas para proteger as empresas brasileiras e árabes para a negociação", explica Alaby. Mesmo assim, a expectativa é de aumento dos negócios nos próximos meses, principalmente pela chegada do Ramadan em agosto. Operíodo de jejum no mundo islâmico gera uma necessidade de formação de estoques em alimentos e produtos, o que deve facilitar os negócios do Brasil com a região. "Essa época se assemelha às festas de final de ano no mundo cristão. O aumento do consumo é muito grande", detalha.

Para a Copa do Mundo e para os Jogos Olímpicos, ainda há um mercado de infraestrutura turística que poderá ser trabalhado pelas empresas da região. A construção de Dubai como um grande pólo turístico internacional transformou as empresas do país em grandes especialistas no assunto. Não por acaso a rodada de negócios prevista para a próxima semana conta com a participação de empresas de infraestrutura. "Existem empresas com esse conhecimento. Com certeza é uma parceria possível", aponta o executivo. "Essas rodadas de negócios são muito importantes para gerar contatos. E contatos geram contratos", brinca. Os Emirados Árabes também oferecem oportunidades para o Brasil. Atualmente, são 1.300 projetos de construção em andamento no país, somando um total de US$ 418 bilhões. Outros 300 projetos estão em estudo, totalizando US$ 143 bilhões. Os mercados locais de transporte, turismo, telecomunicações e construção civil ainda podem ser trabalhados por empresas estrangeiras.

Arábia Saudita

Atualmente a Arábia Saudita tem quatro grandes cidades industriais em fase de construção. A expectativa é de que o país cresça 7% neste ano, atrás dos Emirados Árabes Unidos, que crescerão até 8%. Para a construção dessas cidades industriais, o Brasil já tem se movimentado. "Há sondagens de empresas de projetos e construção", afirma Alaby, sem revelar nome das companhias que já estão em busca de um espaço na região.