03/01/25 11h00

RMC tem seis cidades entre as 10 melhores para investir no Estado

Campinas, Hortolândia, Paulínia, Santa Bárbara, Sumaré e Valinhos estão na lista dos municípios mais atrativos de SP

Correio Popular

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) destaca-se por ter seis municípios - Campinas, Hortolândia, Paulínia, Santa Bárbara d'Oeste, Sumaré e Valinhos - entre as dez melhores cidades do Estado de São Paulo para investimentos em pelo menos um dos sete setores econômicos avaliados pela UrbanSystems. Esta empresa de inteligência de mercado e consultoria em negócios imobiliários realizou a análise para a revista Exame, uma das principais publicações de economia do país. O estudo "Melhores Cidades para Fazer Negócios - 2024" avaliou sete setores econômicos: educação, comércio, serviços, indústria, mercado imobiliário/construção civil, agropecuária e saúde.

A 11ª edição do levantamento baseou-se em sete indicadores de macrocenários e de oito a 14 indicadores específicos por segmento, utilizando dados de órgãos oficiais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da Saúde, Secretaria do Tesouro Nacional e Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo Paulo Takito, diretor da UrbanSystems, o estudo oferece uma visão segmentada, destacando as cidades mais atrativas para investimentos em diferentes segmentos econômicos.

 

Os indicadores utilizados referem-se a questões que impactam o desenvolvimento dos setores, estando, na maioria, ligados aos eixos de evolução do segmento, oferta concorrente, infraestrutura complementar e demanda, bem como o crescimento da demanda. Em cada uma das áreas avaliadas, o estudo apresenta as 100 melhores cidades para investir. Esta análise foi realizada com base em indicadores e dados de todos os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, totalizando 319 cidades e 115,6 milhões de habitantes, o que representa mais da metade da população brasileira. Esses municípios somam 56,9% dos 203,08 milhões de habitantes do país, conforme o Censo 2022.

LIDERANÇA

Hortolândia ocupa o 1º lugar no ranking nacional para investimentos na área de saúde. A avaliação considerou investimento público em saúde, leitos hospitalares e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) privados para pacientes internados, taxa de cobertura de planos de saúde, estabelecimentos do setor de saúde, profissionais de enfermagem e obstetrícia e número de médicos.

De acordo com o relatório, as áreas de saúde e infraestrutura de Hortolândia foram beneficiadas com investimentos de R$ 65 milhões este ano, sendo R$ 40 milhões para a primeira e R$ 25 milhões para a segunda. Além disso, apontou o levantamento, a cidade conquistou reconhecimento pela excelência técnica de sua rede municipal de saúde. O Centro Especializado em Infectologia (CEI) recebeu o Selo Prata de Boas Práticas em HIV/Aids. "Ser reconhecida como a melhor cidade do Brasil para fazer negócios na área da saúde é um marco histórico para Hortolândia. Esse reconhecimento destaca não apenas os avanços na saúde, mas também a força do nosso município como polo de desenvolvimento. O ranking, que avalia diversos aspectos, tais como infraestrutura, educação e serviços, reforça a importância de estarmos sempre investindo em qualidade de vida, atração de empresas e geração de oportunidades", afirmou o prefeito José Nazareno Gomes, o Zezé Gomes (Republicanos).

Entre os investimentos feitos pelo município nessa área está a criação da Vila da Saúde, para concentrar diversos serviços nessa área em uma mesma região. Além da Unidade Básica de Saúde (UBS) Santa Clara, ela é formada pelo Hospital e Maternidade Municipal Mario Covas, central do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Centro de Especialidades Médicas (CEM) e Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism). As duas primeiras instalações já passaram por obras de reforma, modernização e ampliação, enquanto as outras duas receberão as melhorias, de acordo com a prefeitura.

O maior laboratório farmacêutico do país, com sede em Hortolândia, inaugurou há quatro meses a primeira fábrica nacional para produção de medicamentos destinados ao tratamento de obesidade e diabetes. A nova unidade, que recebeu investimento de R$ 70 milhões e gerou 150 empregos e mil indiretos, está instalado no complexo industrial da empresa no município. A cidade, com 236,6 mil habitantes e que completou 33 anos em 2024, aparece também em 7ª lugar no ranking paulista para investimentos em comércio e no nacional entre os 50 melhores em outros três setores, serviços (32ª posição), indústria (36ª) e mercado imobiliário (38ª).

Paulínia aparece também entre os dez melhores do Estado para receber empreendimentos na área da saúde, ocupando a 7ª colocação, aparecendo ainda no 11ª lugar no segmento industrial. Uma multinacional de produtos químicos anunciou no mês passado investimento de 45 milhões de euros (R$ 285,4 milhões) em dois projetos de sustentabilidade na unidade instalada no município.

Um deles é para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e o outro é para reduzir a captação de água em 4,2 milhões de metros cúbicos (m3) por ano. "Além de trazer benefícios para o meio ambiente, esses projetos atendem às demandas dos nossos clientes e consumidores, que buscam soluções com menor pegada de carbono e pegada hídrica. Ambos os projetos representam um marco na cadeia produtiva brasileira e nas ações de preservação ambiental da indústria nacional", afirma a CEO da empresa para América Latina, Daniela Manique.

Já Campinas é a única cidade da RMC a aparecer entre as 50 melhores do país para investimentos em cinco dos sete setores avaliados no estudo da empresa de consultoria empresarial. Ela aparece em 4º lugar na avaliação paulista do segmento de agropecuária e em 10º da análise nacional. Os indicadores utilizados para fazer o mapeamento, além dos indicadores do macrocenário, não consideram apenas a produção, mas também a exportação, com a cidade sendo beneficiada pelo Aeroporto Internacional de Viracopos, o maior de cargas do país.

Campinas se destaca também nos segmentos industrial (15ª posição no país), comércio (25ª), serviços (36ª) e saúde (41º). Em outubro, a empresa de logística de um conglomerado de vendas online, anunciou a instalação no município do seu centro de distribuição no Brasil. A unidade, já em operação no antigo terminal de passageiros de Viracopos, gerou 200 empregos diretos e mil indiretos.

"As encomendas serão triadas no aeroporto e distribuídas para todo o país, com soluções logísticas eficientes para garantir rapidez nas entregas", afirmou a diretora de Operações da empresa, Priscila Mezzalira. "A chegada do centro de distribuição faz com que 100% da operação do Brasil esteja na nossa cidade e isso representa um ganho muito grande para a geração de novos negócios, de renda e de emprego", afirmou a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação, Adriana Flosi.

O ranking paulista das "Melhores Cidades para Fazer Negócios" traz ainda outras cidades da Região Metropolitana. Santa Bárbara d´Oeste ficou em 3º lugar no setor de comércio, Valinhos foi a 8ª colocada em serviços e Sumaré ocupou a 5ª posição do segmento de mercado imobiliário/construção civil.

 

Fonte: https://correio.rac.com.br/campinasermc/rmc-tem-seis-cidades-entre-as-10-melhores-para-investir-no-estado-1.1606591