19/09/24 14h30

RMC registra menor taxa de desocupação em cinco anos

Região fechou o 2˚ trimestre de 2024 com 6,4% de pessoas economicamente ativas sem emprego

Correio Popular

A Região Metropolitana de Campinas (RMC) fechou o 2º trimestre deste ano com a taxa de desocupação de 6,4%, o menor índice dos últimos cinco anos. O número de pessoas economicamente ativas sem emprego teve uma redução de 0,3 ponto percentual em comparação a igual período de 2023, a taxa mais baixa anterior, de acordo com estudo divulgado pela Fundação Sistema Estadual de Análise de dados (Seade). Em 2019, último ano antes da pandemia de covid-19, a taxa era de 12,6%, O levantamento foi feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado dos 20 municípios da RMC é o sexto menor entre as áreas analisadas e é a mesma média do Estado de São Paulo. Segundo o levantamento, a menor taxa de desocupação foi verificada na região Central paulista (3,5%), enquanto a maior foi no Entorno Metropolitano Oriental (9,6%). Esse recorte da Região Metropolitana de São Paulo é formado por 19 municípios, entre eles Guarulhos, Santo André, São Bernardo do Campo e São Caetano do Sul.

Para a economista Eliane Navarro Rosandiski, pesquisadora do emprego do Observatório PUC-Campinas, a taxa de desocupação na Grande Campinas mostra uma retomada da atividade econômica e recuperação da geração de empregos. “A dinâmica do emprego na Região Metropolitana de Campinas neste segundo trimestre ainda confirma o cenário de recuperação do emprego em 2024. Apesar de os resultados de maio e junho terem apontado uma perda de dinamismo, o saldo do 1º semestre ainda está acima do observado em igual período no ano passado”, afirmou.

Entre janeiro e junho deste ano, a RMC registrou a criação de 25.279 novos postos de trabalho com carteira registrada, revelou a pesquisa do Seade realizada a partir dos dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. Com isso, a região fechou o primeiro semestre com 1,823 milhão de pessoas empregadas, aumento de 4,88% em comparação às 1,734 milhão de junho de 2023. Em 12 meses, 89 mil pessoas conquistaram um posto de trabalho, média de 244 por dia. O total é equivalente à soma das populações de Vinhedo e Morungaba, ou seja, é como se todos os moradores dessas duas cidades conseguissem uma colocação. 

Em alta

A inauguração há quatro meses de uma loja de informática na Avenida Francisco Glicério, no Centro de Campinas, gerou 16 novos postos de trabalhos. Entre os contratados está o coordenador de vendas do estabelecimento, Danilo de Souza Dutra, que mudou recentemente para a cidade e não ficou desempregado após deixar a colocação anterior na capital.

“Em São Paulo, a qualidade de vida é menor, enquanto a concorrência é muito maior. Para conseguir um emprego CLT (registrado) com o mesmo salário em São Paulo eu teria de ter pós-graduação. Não parei de estudar, eu gosto, mas lá a exigência é maior”, explicou.

Ele já conhecia Campinas, onde residiu antes de ir para a capital. “Aqui é mais estruturada, organizada. É uma cidade de oportunidades”, afirmou Danilo Dutra, explicando os motivos de optar pela mudança de residência. Ele está à frente da única loja física no país de uma fabricante de equipamentos de informática de Santa Catarina. A empresa, porém, atende todo o mercado nacional a partir do site próprio e da presença nos maiores marketplaces do país, espaço que reúne diversas marcas, lojas e produtos.

O vendedor Johny Barros também conseguiu um novo emprego rapidamente após deixar o Rio de Janeiro e vir para Campinas. Ele se mudou em junho, mesmo mês em que foi contratado. “O Rio é uma cidade em que se vive sempre com medo”, disse Johny. Esse foi motivo que o levou a optar por se transferir para Campinas, onde tem amigos. Agora, o vendedor quer trazer os pais idosos para morar com ele.