Rio Preto vê crescimento no número de mercados, supermercados, hipermercados e atacadistas na cidade
Diário da RegiãoAo longo dos últimos dez anos, Rio Preto testemunhou a explosão no número mercados, supermercados, hipermercados e atacadistas na cidade. De 46 em 2012, a cidade conta, atualmente, com 188, aumento de 308,6%. A disparada no número de estabelecimentos no setor é fruto não só do crescimento da população, mas de como o setor enxerga Rio Preto como ponto estratégico para o crescimento. A perspectiva é que nos próximos anos este número continue a crescer.
Segundo a Secretaria da Fazenda de Rio Preto, em 2013 a cidade tinha 46 estabelecimentos pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAEs) ativas em todas as categorias do setor. O crescimento é sustentado ano a ano. A cidade quebrou a marca dos 80 estabelecimentos em 2015, dos 100 em 2017 e dos 150 em 2021.
No âmbito dos atacadistas, a aferição é mais difícil de ser feita, uma vez que a classificação deste grupo é feita por tipo de produto vendido. Num atacarejo, por exemplo, diversas categorias estão listadas, o que torna a triagem daqueles que atuam com as atividades comuns a um supermercado praticamente inviável.
O Grupo Muffato é um reflexo deste crescimento no setor. A rede paranaense, que tem atuações no varejo e no atacarejo, inaugurou sua primeira loja em Rio Preto em novembro de 2015, e, desde então já possui cinco lojas na cidade, sendo três unidades da bandeira Super Muffato e outras duas do Max Atacadista.
Na última semana, o grupo anunciou a compra de 16 unidades da rede Makro em todo o estado de São Paulo, incluindo a sede rio-pretense, às margens da BR-153, no que pode ser a 6ª loja na cidade. A transação, contudo, necessita do aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ser concluída.
Estratégica
Segundo Jorge Luís de Souza, secretário de Desenvolvimento Econômico e Negócios de Turismo de Rio Preto, o aumento no número de lojas mostra a importância econômica que a cidade possui na região, com grande raio de influência.
“A chegada de grandes empreendimentos no setor de varejo, tanto de supermercados e atacarejos reforça a importância do município e sua região para a decisão de instalação dessas empresas. Com isso, novos investimentos são realizados, traduzindo em oferta de emprego, aumento da cadeia de fornecedores e geração de tributos. A logística é privilegiada com acesso a importantes mercados em nível nacional ”, diz.
O lado estratégico fica evidente na opinião de Everton Muffato, diretor do Grupo Muffato. “Rio Preto é uma cidade estratégica para o grupo. É um município de características empreendedoras, no qual acreditamos. Escolhemos Rio Preto para instalação de uma das maiores usinas solares em telhado do Brasil, por exemplo, com eletroposto de abastecimento gratuito. Acreditamos que existe uma sinergia entre o perfil inovador do Grupo Muffato com a cidade”, afirma.
Segundo o diretor-regional da Associação Paulista dos Supermercados (Apas) em Rio Preto, Carlos Eduardo Malaguti, o setor reflete a situação da economia das famílias. “É uma atividade que responde diretamente ao crescimento da economia. Se o país vai mal, o consumo cai; se vai bem, o consumo cresce. O setor foi resiliente, continuou investindo, crescendo em Rio Preto ao ritmo de cinco novas lojas a cada ano. Esse resultado reflete, por um lado, a nossa confiança no país e, de outro, o nosso senso de responsabilidade”, conta.
A Compre Mix, que abriu a primeira loja em Rio Preto no ano passado, aposta justamente nesta pujança econômica para impulsionar os negócios. Com a expertise acumulada no atacado, os donos da loja decidiram investir no atacarejo.
"A loja é um projeto piloto para futuros investimentos no estado de São Paulo. Queríamos trazer a excelência em atendimento pelo atacarejo. Hoje, trazemos o preço de atacado, com serviços de varejo. Nós temos, por exemplo, serviço de açougue com desossa, assim como tem nos bairros aquele açougue que tira a carne do jeito que você quer. Padaria com um pãozinho na hora, fora a acessibilidade da loja", diz a gerente de marketing Simone Vignolli.
Crescimento deve se manter
Além do crescimento registrado ao longo dos últimos anos, o setor continua otimista para os próximos anos. O grupo Assaí Atacadista, por exemplo, planeja expandir suas atividades para a cidade, e tem duas lojas já anunciadas, uma no Centro e outra na região Sul.
Segundo o diretor-regional da Associação Paulista dos Supermercados (Apas) em Rio Preto, Carlos Eduardo Malaguti, a perspectiva é de manutenção do desenvolvimento do setor, mesmo com o grande aumento no número de lojas nos últimos anos. “Enxergo (os próximos anos) com otimismo, pois os indicadores que temos mostram isso. Rio Preto e região têm uma economia diversificada, um segmento de serviços bastante robusto. Essas são fortalezas importantes e o setor supermercadista está pronto a dar a sua contribuição nesse processo”, afirma.
O presidente da Acirp, Kelvin Kaiser, afirmou que o interesse das redes supermercadistas é um reflexo das ações que são tomadas na cidade para atrair não só investimentos no setor, mas para a economia como um todo. “Temos uma cidade segura, figurando entre as melhores colocadas em rankings de qualidade de vida e com destaque por ser uma das cinco cidades do estado de São Paulo que mais lança empreendimentos imobiliários. Quando uma cidade tem diversos lançamentos imobiliários com êxito de ocupação, investidores entendem que essa economia é próspera e têm a convicção de que a cidade não vai parar de crescer”. (LI)