Rimowa amplia fábrica no país para chegar à AL
A marca fará coleção inspirada no Brasil. Com participação local de apenas 5% das venda globais, empresa planeja novas lojas por aqui
Brasil EconômicoO amor de um alemão — o atual CEO Dieter Morszeck—pelo Brasil fez com que as malas da Rimowa desembarcassem por aqui em 2007, depois de algumas tentativas frustradas. A afinidade é tanta que uma das coleções recebeu o nome de Samba em homenagem ao Brasil. Além disso, deve sair do papel em breve uma nova coleção inspirada no país, que será vendida nas 85 butiques ao redor de todo o mundo.
Criada em 1898, a marca alemã, que tem frisos na parte externa como principal característica, concorre com a americana Samsonite e a suíça Victorinox na preferência dos executivos.
Mais jovem entre as filiais da grife, que opera nos cinco continentes, este ano, o Brasil começará a exportar as malas produzidas aqui para a América Latina, com a fábrica em Indaiatuba (SP) dobrando de tamanho. Até o fim do mês, a planta brasileira vai continuar a receber os kits da Europa e seguir apenas montando as malas de policarbonato no país. Mas, a partir de fevereiro, todo o processo passará a ser feito aqui. No entanto, as malas de alumínio continuarão a vir da fábrica alemã.
“Estamos importando o maquinário da América do Norte para termos todo o processo de montagem no Brasil, apesar de a matéria-prima continuara vir da Europa. O objetivo é também conseguir incentivos fiscais”, destaca o diretor-executivo da Rimowa, Sérgio Barreto.
Segundo ele, para essa nacionalização ocorrer, a fábrica mais que dobrará seu número de funcionários. “Componentes como parafusos serão locais. Vamos procurar empresas interessadas em serem fornecedoras, visitar suas fábricas, analisar as condições de trabalho, pegar amostras e enviar para testes na Alemanha. Se aprovados, compraremos no país”.
“Temos um plano de expansão para alguns países com lojas próprias, mas em outros vamos selecionar parceiros, que serão responsáveis por administrar a marca. Esses países serão todos geridos pela Rimowa Brasil e terão na etiqueta um‘ Made in Brazil’”, diz .
Sem dar detalhes, Barreto afirma que, atualmente, o Brasil representa apenas 5% das vendas globais da Rimowa. A Alemanha é o mercado mais forte para a empresa, seguido da Ásia e da América do Norte. “Estamos em uma grande quantidade de lojas na Ásia. Operamos nos cinco continentes, em alguns países apenas com lojas próprias, como o Brasil. Na América do Norte, trabalhamos muito com distribuidores, mas temos algumas unidades”, diz.
Apesar da aparente baixa participação das vendas nacionais nas vendas globais, os brasileiros encontram por aqui o mesmo portfólio de malas do resto do mundo. “Claro que temos algumas exceções. Às vezes, alguns modelos de uma coleção não são vendidos aqui, como aconteceu com a Tropicana, de máquinas fotográficas. Cada país pode ter ainda suas especificidades de cores”, destaca.
A expansão do número de lojas no Brasil está nos planos da Rimowa, que negocia um ponto em Belo Horizonte e procura oportunidades em Recife e Salvador.
Hoje, a marca possui unidades em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e, mais recentemente, em Curitiba. No entanto, o crescimento por franquias ou a entrada de distribuidores locais não estão nos planos. “Queremos atender o Brasil com lojas próprias. Pensamos ter unidades em capitais-chaves do país. Temos ainda a nossa loja virtual, que atende todo o território nacional”, explica Barreto.
A expectativa é que as vendas da Rimowa Brasil no ano passado tenham sido de25%a30%maiores do que em 2012, levando em conta apenas as lojas com mais de 12 meses de vida. “Está dentro do que vemos mundialmente. A empresa global está neste patamar e o Brasil acompanha o desenvolvimento de vendas do mundo”, destaca o executivo.