27/04/07 15h38

Rhodia investe 30 mi euros para ampliar fábrica de Paulínia

Valor Econômico - 27/04/2007

Depois de voltar ao lucro, a Rhodia, fabricante de especialidades químicas, decidiu ampliar seus negócios e escolheu o Brasil como um dos destinos preferenciais para os novos investimentos. Jean-Pierre Clamadieu, principal executivo mundial da Rhodia, anunciou ontem investimento de 30 milhões de euros para expansão da capacidade de produção de intermediários químicos em seu complexo industrial em Paulínia, na região de Campinas, no interior paulista. A Rhodia ampliará a produção de fenol em 25%, que passará de 195 mil toneladas para 245 mil toneladas por ano, até o fim de 2008. Ao mesmo tempo, elevará a produção de ciclohexanol em 43%, para 100 mil toneladas por ano. "A nova capacidade deve ser dirigida não só ao abastecimento regional, mas também para a exportação", afirmou ao Valor o francês Clamadieu, que fala português fluentemente e fez parte da direção da subsidiária brasileira da empresa no fim dos anos 90. Esses intermediários químicos - usados para a fabricação de plásticos de engenharia, fios têxteis e aspirinas, entre centenas de produtos - fazem parte da cadeia de poliamida, um dos maiores negócios da companhia francesa, que faturou 4,8 bilhões de euros e lucrou 62 milhões de euros em 2006. Foi o primeiro ganho em seis anos após a empresa francesa enfrentar uma grave crise de liquidez em 2003 que quase solapou a centenária companhia. Como exemplo da nova etapa da Rhodia, Clamadieu citou o sucesso de uma emissão ocorrida na semana passada. A Rhodia colocou no mercado 600 milhões de euros em bônus, mas a demanda superou a oferta em 15 vezes, alcançando 9 bilhões de euros. Superada a fase crítica, a Rhodia planeja fortalecer seu portfólio. Com o investimento em fenol, a companhia utilizará cerca de metade da nova capacidade para consumo cativo. O destino dos produtos está no outro lado do mundo, abastecendo as unidades de plásticos de engenharia, na China, e de polimerização de poliamida na Coréia do Sul. "O Brasil tem grande importância nesta cadeia", disse Clamadieu. A fábrica de fenol, em Paulínia, é a única da América do Sul e também da companhia francesa no mundo, depois que uma unidade na França foi vendida no início da década. A Rhodia, segunda maior produtora de poliamida, rivaliza neste mercado com a líder americana Invista.