Retomada? RMVale tem segundo mês consecutivo com aumento nas exportações
Região registra novo mês positivo com alta na comparação com 2020, mas com junho registrando percentuais menores do que maio
O ValeApós quatro meses de queda, as exportações do Vale do Paraíba subiram em junho, pelo segundo mês consecutivo, na comparação com o mesmo período do ano passado.
A alta contribuiu para aumentar o superávit da balança comercial da região.
Os dados são do Ministério da Economia e foram divulgados na última semana.
As empresas da região exportaram US$ 868,2 milhões em junho deste ano contra US$ 623,6 milhões em igual período do ano passado, um aumento de 39%.
O resultado, contudo, é menor se comparado ao percentual de crescimento do mês anterior, que foi de 148% nas exportações. O recuo abre dúvidas sobre o desempenho do comércio exterior do Vale nos próximos meses.
"O setor industrial da região vem sofrendo com a falta de uma política específica para o segmento, sem contar os impactos da pandemia", disse o economista Edson Trajano, pesquisador do Nupes (Núcleo de Pesquisas Econômico-Sociais) da Unitau (Universidade de Taubaté).
SUPERÁVIT.
No acumulado do ano, a região exportou o montante de US$ 4,48 bilhões e importou US$ 3,39 bilhões, gerando um superávit de US$ 1,09 bilhão para a balança comercial.
No ano passado, os resultados foram de US$ 3,88 bilhões em exportações, US$ 2,36 bilhões em importações e saldo de US$ 1,51 bilhão.
Comparando os dois anos, a região tem 15,6% de aumento nas exportações e 43,3% de crescimento no total de importações neste ano, mas queda de 27,7% no superávit ante o saldo positivo do ano passado.
A retração foi impulsionada pela queda do superávit na balança de junho, que foi apenas 9% superior ao resultado do ano passado.
Economistas avaliam que a baixa dos números de junho na comparação com maio, ainda que positivos, abre dúvidas para o restante do ano, em razão dos impactos da pandemia e o ritmo ainda lento da vacinação no Brasil.
O que pode contribuir para a balança comercial da região é a superação da doença em países da Europa e, principalmente, na China e nos Estados Unidos, os maiores parceiros comercias da RMVale.
CIDADES
Com alta de 60% nas exportações em 2021, comparado ao ano passado, São José dos Campos segue acelerado para superar Ilhabela e recuperar o posto de cidade mais exportadora da região.
O município fechou o semestre com US$ 1,13 bilhão em exportações, US$ 996,7 milhões em importações e superávit de US$ 135,9 milhões, contra US$ 1,32 bilhão vendidos ao exterior por Ilhabela, que teve o mesmo índice de superávit em razão da baixa importação.
Maior exportadora de petróleo do Vale, a cidade do Litoral Norte aumentou em 52% a venda ao estrangeiro neste ano diante de 2020, resultado que ainda deixa a cidade na liderança do ranking de maiores exportadores do Vale.
Taubaté exportou US$ 264,1 milhões e importou US$ 608 milhões, registrando déficit de US$ 343,9 milhões na balança comercial deste ano.
Jacareí vendeu US$ 268 milhões, comprou US$ 321,9 milhões e registra déficit de US$ 53,8 milhões.
No geral, segundo os dados do Ministério da Economia, das 10 cidades mais exportadoras do Vale, oito melhoraram as vendas em 2021 na comparação com o ano passado: São José ( 60%), Ilhabela ( 52%), Taubaté ( 40%), Pindamonhangaba ( 25,6%), Guaratinguetá ( 10,8%), Caçapava ( 35,4%) e Cruzeiro ( 8%). Dois municípios exportaram menos neste ano: São Sebastião (-24%) e Jacareí (-37%).
Os números importam em razão de o desempenho do comércio exterior do Vale depender de cinco cidades: São José, Ilhabela, São Sebastião, Pindamonhangaba, Jacareí e Taubaté. Eles são responsáveis por 95% das exportações..