30/12/09 10h05

Reordenamento da logística é prioridade no Porto de Santos

DCI

Os planos de expansão do Porto de Santos, que segundo as expectativas dobrará sua capacidade de movimentação dos atuais 115 milhões de toneladas para 230 milhões em 2024, trazem a necessidade de um reordenamento logístico na infraestrutura rodo-ferroviária que dá acesso ao complexo santista. José Roberto Correia Serra, atual diretor-presidente da Codesp e responsável pelas docas santistas, coloca que atualmente a administração dá andamento a iniciativas de preparo das vias de acesso do porto, tanto terrestres como aquaviárias, para atender à demanda projetada, mas sinaliza existência de gargalos logísticos fora da área do porto. "O impacto dos novos terminais requer um redimensionamento rodo-ferroviário que se integre aos projetos em desenvolvimento".

De acordo com Serra, o próximo ano se inicia com a Secretaria Especial dos Portos (SEP) trabalhando na elaboração de um convênio com o Governo do Estado de São Paulo para tratar de perto a questão. Umas das obras mais polêmicas, necessárias para um escoamento eficiente das cargas até Santos, é a construção do Ferroanel, especialmente a parte sul, que tem como objetivo organizar a passagem dos trens de carga pela Região Metropolitana de São Paulo sem afetar o transporte ferrovário de passageiros. Até um mês atrás, União e Estado divergiam sobre como seria a execução esta obra, que tem investimentos estimados em mais de R$ 700 milhões (US$ 407 milhões) - só para a parte Sul. O anuncio de um possível convênio pode facilitar um entendimento entre as administrações estadual e federal, no sentido de que o Ferroanel comece a sair do papel no próximo ano.

Enquanto se tenta equacionar a questão do reordenamento logístico para atender à expansão de Santos, o porto segue com ações estruturais. Para 2010 está prevista a elaboração do Plano de Desenvolvimento do Porto. Os aportes previstos para o Porto de Santos passam dos R$ 5 bilhões (US$ 2,9 bilhões) nos próximos anos, boa parte vinda da iniciativa privada, na expansão de terminais. Para 2010, a estimativa é de que o Porto de Santos receba aproximadamente R$ 700 milhões (US$ 407 milhões) ao todo, incluindo-se aí não só as obras de expansão, mas também o que será aplicado na dragagem (aprofundamento do canal), projetos de atualização tecnológica e de segurança e a meta de concluir a avenida perimetral da margem direita, além de iniciar os serviços da na margem esquerda.