15/08/13 14h30

Região é a 2ª no Estado de São Paulo em grandes empresas

Correio Popular

Apenas a Capital supera Região Administrativa de Campinas em número de companhias com mais de 500 funcionários

A Região Administrativa de Campinas é a segunda no Estado de São Paulo em concentração de indústrias de grande porte (com mais de 500 funcionários). Estudo divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) mostra que há 180 delas instaladas na região, quantidade inferior apenas à da Região Metropolitana de São Paulo, que possui 254 empresas.

Campinas representou 25% do total estadual. O levantamento que traça o perfil da indústria paulista apontou que a região concentrou 31,8% dos grandes estabelecimentos industriais do setor de veículos automotores do Estado.

Nos segmentos de máquinas e equipamentos e de produtos de borracha, a participação é de 25% cada uma. Na área de produtos alimentícios, a região representou 20,7%. Nos setores de produtos de metal e químicos, a região teve um peso de 20% cada um.

De acordo com a análise da Fiesp, em 2011 havia 86.180 indústrias instaladas no Estado. A Região Metropolitana da Capital tinha 39.256, o equivalente a 45,6% enquanto a Região de Campinas vinha logo em seguida, com 17.677 (20,5%) - muito à frente da terceira colocada, Sorocaba, com 5.286 empresas (6,1%).

No Estado, as indústrias de pequeno porte (até 99 empregados formais) correspondiam a 94,9%, que totalizava 81.712 estabelecimentos e as de médio porte (entre 100 e 499 trabalhadores) representaram 4,3% (3.694) e as grandes, apenas 0,8% (718).

O estudo detalhou que na última década houve um deslocamento das indústrias para o Interior paulista - e o corredor formado pelo eixo Campinas-Sorocaba foi o que recebeu mais investimentos. Pela análise, o setor que mais possui estabelecimentos industriais instalados na região é o de produtos de metal, que detém 15,1%.

As confecções de artigos de vestuários e acessórios têm 13,1% de participação no parque industrial regional e o segmento de máquinas e equipamentos tem 9,4% do total.

Campinas também só perde para a Região Metropolitana de São Paulo na quantidade de empregos industriais. Os números extraídos da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) de 2011 mostraram que o contingente era de 634.283 pessoas contratadas com carteira assinada. A quantidade é 67,28% superior a 1991, quando o volume era de 379.157 trabalhadores.

Mas, assim como aconteceu no Estado, a participação do emprego industrial sobre o total de postos da região caiu. Em 1991, era de 44,3% e diminuiu para 31% em 2011.

Panorama

Investidores e especialistas ressaltaram que os números do estudo corroboram a evolução do parque industrial da região e que as perspectivas são positivas. Porém, há desafios que precisam ser enfrentados pelos governos municipais, trabalhadores e empresários.

Um gargalo importante é a infraestrutura. “O trânsito está lento. O deslocamento das pessoas e das mercadorias impacta sobre o negócio das empresas. As prefeituras e as empresas responsáveis pelas rodovias devem planejar as cidades e as vias de acesso aos municípios”, comentou o sócio líder do escritório da EY (ex-Ernst & Young Terco) para o Interior de São Paulo, Luís Alexandre Marini.

Ele salientou que hoje a região tem mais atrativos do que desvantagens a apresentar para os investidores. “A região vem recebendo mais atenção dos investidores do que Campinas. A cidade passou por uma crise política que afetou o fluxo de investimentos. Mas a estabilidade vem sendo resgatada e a tendência é que mais empresas se instalem na cidade”, comentou.
O diretor comercial e industrial da Air Liquide Brasil, André de Azevedo Souza, afirmou que a região apresenta um ambiente propicio para o crescimento das empresas.

“Campinas é uma região estratégica para a empresa. Nós temos na cidade uma base de produção, comercialização e distribuição de produtos para a região central do Estado. Também estamos investindo em novas unidades na região”, disse. A unidade de Campinas tem mais de 100 funcionários.