29/11/22 13h17

Região de Rio Preto registra crescimento na produção de banana

Regiões de Jales e Fernandópolis registram crescimento na produção de banana nesta safra; estado de São Paulo é o maior produtor da fruta no País e gera mais de 500 mil empregos diretos

Diário da Região

Jales, conhecida como a terra da uva, também cultiva muita banana, em produção que tende a aumentar a cada ano. É o que aponta o último levantamento do Instituto de Economia Agrícola (IEA) ao destacar que depois do município de Registro, com 71% da produção de banana, as regiões de Jales e Fernandópolis sinalizam para o aumento do volume produzido da fruta, em todo o País. 

Segundo o IEA, a estimativa final da safra 2021-2022 da bananicultura resulta em um acréscimo de produção de 6,6%, com produtividade de 10,6% em relação à safra passada. O total de banana produzida nos pomares brasileiros atingiu volume de 1.129,7 mil toneladas, com produtividade de 21,9 toneladas por hectare. Porém, o levantamento aponta também a diminuição de 3,7% da área plantada em relação ao ano de 2020. 

Primeiro lugar no ranking do País, a produção paulista de banana está concentrada na região de Registro, no Vale do Ribeira, com volume de 802,9 mil toneladas da fruta, o que representa 71,1% do total produzido no estado. Em relação às novas áreas plantadas da cultura, os dados do IEA estimam que as regiões de Jales (673,0 hectares), Registro (451,0 hectares) e Fernandópolis (309,2 hectares) sinalizam aumento do volume produzido no futuro. 

O Brasil é o quarto maior produtor de banana do mundo, sendo a cultura uma das atividades mais populares em diversos países, conforme a avaliação dos especialistas da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Como maior produtor da fruta, o estado paulista gera mais de 500 mil empregos diretos, conforme aponta o IEA. 

Jales 

A previsão anual para a produção de bananas na região de Jales é de 34.395 toneladas. De acordo com o agrônomo da regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo, de Jales, Gilberto Pellinzon, 22 municípios integram a região, mas oito deles não aparecem no levantamento. “Temos a informação de que muitos produtores estão deixando o plantio de uva e voltando a plantar a banana, especialmente a banana maçã”, afirma. 

Gilberto ainda destaca que o município de Aparecida d’Oeste representa grande parte dos plantios de banana da região. “Não temos ainda o levantamento por cidade, mas Aparecida d’Oeste concentra uma grande produção da fruta, sendo ainda bem conhecida pela tradição deste cultivo”. 

Ele explica ainda que a banana maçã, priorizada por produtores da região de Jales, mesmo que não tenha uma produtividade tão boa como à nanica, tem um preço muito favorável para o fruticultor. “Na região de Registro, a produção é voltada para a banana nanica. Então, com a maçã, que também não precisa de investimentos em irrigação, o produtor tem uma lucratividade maior, por isso eles acabam optando por essa variedade aqui na região”, completa. 

Com os tratos culturais, produtores afirmam que a banana possibilita colheita o ano todo, favorecendo em algumas épocas do ano a maior rentabilidade. Nesta época, considerada como entressafra, os produtores estão mais animados com os preços pagos pela fruta, já que a oferta é menor em outros estados brasileiros. 

A menor oferta favoreceu em preços melhores aos fruticultores, segundo Fábio Rogério Neres, com propriedade em Aparecida d’Oeste, na região de Jales. “Os preços estão bons porque tem faltado banana no mercado”, afirma. No ano passado, Fábio conta que o quilo da banana na roça era comercializado a R$ 1,10 e, na safra atual, os preços subiram para R$ 3,60 o quilo para o produtor. 

“Têm períodos que são críticos, quando o clima não ajuda, como aconteceu no ano passado, com a seca e o vento forte. Neste ano também tivemos um pouco de frente fria. Todos esses fatores climáticos interferem na produção, a banana fica com tamanho menor”, diz o produtor. Ele possui 25 mil plantas de banana nanica, com sistema de irrigação, que impacta ainda no custo de produção pelo alto custo da energia elétrica. 

É satisfatória também a lucratividade para o produtor Marcelo Franzine, com plantações no município de Tanabi. Ele investiu em 11 mil plantas de banana nanica e diz que não se arrependeu. Para o ano que vem, há também o investimento do produtor na banana maçã. “Comercializo cerca de 2 mil caixas de banana nanica por mês, sendo que nesta época os preços estão bons porque há pouca banana disponível no mercado”.  

Segundo o agrônomo Gilberto Pellinzon, há uma preferência de cultivo pela variedade de banana maçã, na região de Jales, pelo fato de a fruta ter um preço mais favorável e o produtor não ter custo com irrigação. “A banana maçã tem um preço maior e não exige sistema de irrigação, como a nanica, por não ter um déficit hídrico tão grande. Porém, a produtividade da banana maçã é menor em relação à nanica”. 

No município de Marinópolis, na região de Jales, o produtor José Roberto Prodomo investiu em 200 mil plantas de banana maçã. “A banana maçã aguenta mais o nosso clima seco. E os preços estão melhores do que a nanica, que tem sido vendida por R$ 60 a caixa, enquanto a maçã, a caixa sai por R$ 90”. 

A falta de chuva tem prejudicado bastante as plantações, mesmo que os produtores invistam na irrigação ainda falta umidade no solo para garantir a produtividade da banana. Em relação ao ano passado, José acredita que o clima está favorecendo mais a plantação de banana desta safra. “Mas ainda falta chuva na nossa região”.  

fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/economia/agronegocio/regi-o-de-rio-preto-registra-crescimento-na-produc-o-de-banana-1.1025603