Redes de vestuário devem manter ritmo acelerado de expansão

Valor Econômico - 31/03/2008

As grandes varejistas de vestuário, cuja participação nas vendas totais de roupas ainda não chega a 10% no país, pisaram no acelerador em 2007. As expectativas são de que o processo de consolidação iniciado no ano passado ganhe impulso daqui para frente com o maior consumo de artigos de moda pelas classes de menor de aquisitivo. Recentemente, a Renner comprou a Leader, rede de 38 pontos-de-vendas do Rio de Janeiro, ampliando, numa só tacada, em 40% seu parque seu lojas, que já está em torno de 135 unidades. Em 2007, a Renner superou a Riachuelo em faturamento, passando a ser a maior cadeia de vestuário com ações na Bolsa de Valores. A multinacional holandesa C&A possui uma liderança histórica neste setor no país, mas a varejista, cujo capital é fechado, não costuma divulgar informações a respeito de seus negócios. Outra varejista que está com apetite para crescer é a Marisa, que lançou as ações na Bovespa em 2007. A rede é a que está se expandindo mais rapidamente - sua receita cresceu de 35% em 2007. As vendas brutas da varejista alcançaram R$ 1,75 bilhão (US$ 994,3 milhões). A Marisa também é que apresenta as melhores margens brutas de lucro do setor. Em 2007, este indicador foi de 49,1% para a empresa, enquanto a Renner e a Riachuelo operaram com margens brutas de 46,3% e 40,5%, respectivamente. O analista da Link Investimentos, Rafael Cintra, avalia que as perspectivas para o varejo de forma geral são positivas. As preocupações da equipe econômica do governo quanto ao superaquecimento do consumo acenderam o sinal de alerta, mas ainda é cedo para prever os impactos de possíveis medidas restritivas ao crédito.