Rede Paulista de Astronomia será lançada durante workshop na FAPESP
FAPESPAstrônomos de diferentes instituições de ensino e pesquisa de São Paulo estarão reunidos dia 16 de março, na sede da FAPESP, para o lançamento da São Paulo Astronomy Network (SPAnet) – Rede Paulista de Astronomia –, voltada a promover o intercâmbio de informações entre diferentes pesquisadores, instituições e projetos de pesquisa.
Primeira do gênero no Brasil, a SPAnet será apresentada à comunidade científica que debaterá a criação de uma estrutura de gestão para a rede que possibilite a integração da pesquisa e da infraestrutura existentes, visando o fortalecimento da astronomia feita no Estado de São Paulo.
O workshop também servirá para identificar ações imediatas que contribuam para aumentar a visibilidade nacional e internacional da pesquisa paulista em astronomia, além de discutir maneiras de promover a educação científica na área e trazer contribuições científico-tecnológicas e econômicas para a sociedade.
Na abertura do evento, Laerte Sodré, professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP), fará um balanço da pesquisa astronômica paulista e apresentará os objetivos da SPAnet.
De acordo com ele, a rede terá como diferencial o acesso a uma infraestrutura em astronomia que poucos países têm. “A ideia de criar uma rede de astronomia surgiu da necessidade de organizar esforços isolados para a construção de uma infraestrutura para pesquisas na área. Em São Paulo, somos parceiros de telescópios de grande porte no Chile e Havaí, com participação de pesquisadores no Giant Magellan Telescope (GMT), no projeto de radioastronomia Large Latin-America Millimeter Array (LLAMA), em colaboração com a Argentina, e no projeto de altas energias ASTRI Mini-Array”, exemplifica.
Sodré também ressalta as colaborações internacionais nesses projetos que envolvem temas na fronteira da ciência contemporânea. Segundo ele, dada a complexidade dos projetos, nenhuma iniciativa isolada teria mais sucesso do que a soma de expertises de diferentes instituições. “De fato, se aproveitarmos as oportunidades em projetos de ponta, teremos chance de fazer uma verdadeira revolução na nossa astronomia”, afirma.
Ele explica que a maximização do uso de recursos ajudará a conseguir resultados de impacto, de alta visibilidade nacional e internacional. “Uma parte importante desses projetos é o desenvolvimento de instrumentação científica. Assim, vamos procurar promover atividades que impulsionem também a instrumentação astronômica”, comenta, reforçando que, para a formação da SPAnet, foram contatadas cerca de 10 instituições, com mais de 130 pessoas.
Rede em discussão
Durante o workshop, quatro mesas-redondas vão promover a discussão sobre diferentes aspectos da pesquisa astronômica em São Paulo, duas na parte da manhã e outras duas à tarde.
Na primeira delas serão debatidas estratégias para aumentar a visibilidade da ciência, com Lucimara Pires Martins, do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), Oli Dors Jr., do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraíba (Univap), Odylio Aguiar, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), João Steiner e Beatriz Barbuy, ambos do IAG/USP.
Na segunda, voltada à promoção da instrumentação e da participação industrial, o grupo será composto por Luiz Vitor de Souza, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Bruno Castilho, do Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), Claudia Vilega Rodrigues, do Inpe, Danilo Zanella e Elisabete Dal Pino, ambos do IAG/USP, e José Octávio Armani Paschoal, do GMT Brazil.
Na parte da tarde, serão debatidas ações para melhorar a educação e a difusão científica, em mesa composta por Augusto Damineli, do IAG/USP, André Milone, do Inpe, Rodolfo Langhi, da Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista (Unesp/Bauru), e Gustavo Rojas, do Núcleo de Formação de Professores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Na última mesa-redonda, Othon Winter, da Unesp de Guaratinguetá, João Braga, do Inpe, Gustavo Lanfranchi, do Núcleo de Astrofísica Teórica da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), Roberto Costa, do IAG/USP, e Adriana Valio, do Centro de Rádio Astronomia e Astrofísica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, vão discutir as formas de gestão propostas para a SPAnet.
No encerramento do workshop, Sodré vai apresentar a estrutura de um documento e coordenar a escolha dos relatores para a elaboração do Plano para a Astronomia de São Paulo, com discussões sobre estratégias e ações que ajudem a ampliar e dar sustentação à SPAnet.
A Rede Paulista de Astronomia foi inspirada em iniciativas similares bem-sucedidas, como o South American Institute for Fundamental Research (SAIFR), sediado no Instituto de Física Teórica (IFT) da Unesp, e na Netherlands Research School for Astronomy (NOVA), que congrega as principais instituições de pesquisa em astronomia da Holanda, considerada uma das mais sofisticadas do mundo.
Para Sodré, trata-se de uma oportunidade estratégica para o desenvolvimento da astronomia em São Paulo em termos científicos, tecnológicos e educacionais. “Queremos aumentar a conexão entre os pesquisadores do estado para criar as condições que permitam ampliar o impacto e a visibilidade da astronomia paulista. Vamos criar as condições para as coisas acontecerem”, diz.
A programação completa do evento está disponível em www.fapesp.br/10777.
Para inscrever-se gratuitamente acesse o endereço www.fapesp.br/eventos/spanet/inscricoes.