09/04/10 11h24

Rede "enxuga" marca própria de olho no lucro

DCI

Enquanto as vendas dos supermercados cresceram 5,51% em 2009, a comercialização de produtos de marca própria teve avanço de 7%. De olho nesse cenário, redes como Grupo Pão de Açúcar e Walmart Brasil, assim como o atacadista Roldão, devem reduzir a quantidade de marcas próprias oferecidas ao consumidor final, sem diminuir o mix de produtos. Com isso, as redes conseguem centralizar os investimentos das marcas próprias em poucos "nomes", uma forma de aumentar as margens de lucro e o poder de venda dos itens de marcas das varejistas, que foram um sucesso no ano passado. Estudo da Nielsen sobre a venda de itens de marca própria mostra que 49% da população brasileira se tornou consumidora destes produtos, que têm maior penetração na classe média. O Walmart Brasil, braço da gigante varejista americana no País, por exemplo, pretende manter apenas quatro marcas de produtos. Hoje, a empresa é a que mais tem marcas próprias, com 25, segundo Frederico Dominguez, gerente de Marketing da São Braz, empresa fornecedora de cereais às marcas da rede.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, a estratégia dos supermercados de diminuir a quantidade de marcas próprias nas prateleiras se deve aos investimentos maiores das varejistas na abertura de lojas de bairro, com espaço físico menor. "Acho que é uma estratégia para adequar o mix ao tamanho das lojas. E, como as lojas estão diminuindo, talvez as empresas comecem a adotar um critério nem tanto diferente para suas marcas", disse ele ao DCI.

O presidente da Abras explica que, com menos marcas no portfólio, as empresas ganham em eficiência e conseguem diminuir os custos da operação. "Eu diria que o negócio é mesmo por custo, porque, à medida que você pode diminuir a quantidade de marcas, você reduz a necessidade de logística e de estoque." Honda ressalta que com o enxugamento da quantidade de marcas os investimentos podem ser mais centralizados em poucos nomes.