07/08/09 10h02

Recuperação será mantida no segundo semestre

O Estado de S. Paulo

A produção da indústria brasileira deverá manter a tendência de recuperação lenta e gradual ao longo do segundo semestre, apesar da desaceleração observada em junho. "Embora o processo tenha perdido embalo, uma reviravolta não está nas previsões", disse o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostraram que a produção subiu apenas 0,2% em junho ante maio. Na média do primeiro semestre, a taxa foi de 1,3% ao mês.

Para Skaf, o sinal deve continuar positivo nos próximos meses, até porque os fatores que sustentaram a recuperação até agora não perderam dinamismo. Entre outros, ele citou a ampliação da oferta de crédito ao consumo e o crescimento da massa salarial em relação ao ano passado. "Não podemos pegar um mês apenas e ver isso como tendência", comentou o economista chefe da MB Associados, Sergio Vale. Segundo ele, o fato de crescimento na margem ter sido fraco em junho, não quer dizer que a indústria não vá se recuperar." Parte dela que depende de exportação e investimento (bens de capital) sofre ainda, mas as outras estão em recuperação e acabarão por estimular o setor de bens de capital mais a frente." Para Vale, o melhor momento para a indústria não virá esse ano, mas em 2010. "O mundo deverá estar voltando a crescer e aqui dentro as condições macroeconômicas estarão propícias para o crescimento ser mais forte."

O economista chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, frisou que no mês passado, a confiança da indústria atingiu o maior nível desde outubro de 2008, segundo sondagem da Fundação Getúlio Vargas (FGV).