12/01/10 11h27

Recordes à vista para o valor das produções de soja e cana

Valor Econômico

O valor bruto da produção ("da porteira para dentro") das 20 principais culturas agrícolas do país deverá somar R$ 159,580 bilhões (US$ 92,8 bilhões) em 2010, conforme levantamento divulgado ontem pelo Ministério da Agricultura. Além de ser R$ 2,741 bilhões (US$ 1,6 bilhão) (1,7%) superior à previsão divulgada pelo governo em dezembro, a nova estimativa representa um salto de 4,3% em relação ao resultado do ano passado (R$ 153,029 bilhões/US$ 77,8 bilhões) e é "apenas" R$ 670 milhões (US$ 389,5 milhões) inferior ao recorde de 2008 (R$ 160, 250 bilhões/US$ 87,6 bilhões).

O ajuste para cima efetuado pela equipe de José Garcia Gasques, coordenador de planejamento estratégico do ministério, decorre do elevado patamar geral das cotações das principais commodities negociadas pelo Brasil no mercado internacional e da elevação da previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a colheita de grãos no país nesta safra 2009/10. Conforme a última pesquisa da Conab, divulgada na semana passada, a produção nacional alcançará 141,347 milhões de toneladas, 0,5% mais que o previsto em dezembro e 4,6% acima do volume da temporada 2008/09.

Como de costume, safra e valor bruto são puxados pela soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro. À luz do forte incremento da colheita em 2009/10 - 14% sobre 2008/09, para 65,159 milhões de toneladas, um novo recorde -, o ministério passou a projetar a renda do grão em R$ 45,478 bilhões (US$ 26,4 bilhões) neste ano, 8,4% acima de 2009 e também recorde. De quebra, o desempenho esperado para a soja tende a ampliar a liderança de Mato Grosso entre os Estados de maior valor bruto da produção em 2010.

O levantamento de Gasques mostra a consolidação da cana-de-açúcar na segunda posição entre as culturas de maior valor bruto, com R$ 26,081 bilhões (US$ 15,2 bilhões) este ano, 3,7% mais que em 2009 e também um novo recorde. Em terceiro lugar, o milho, decepcionante nesta safra de verão, distancia-se com R$ 13,926 bilhões (US$ 8,1 bilhões), 13,9% menos que no ciclo passado. O valor da produção de café deve aumentar 23,3%, para R$ 13,107 bilhões (US$ 7,6 bilhões) - outro recorde.