11/10/12 14h03

Receita das MPEs de São Paulo cresce 7,6% no primeiro semestre

Brasil Econômico

Contudo, indústria de pequeno porte registrou média de crescimento inferior, com alta de 2,6% no período

As micros, pequenas e médias empresas (MPEs) dos segmentos da indústria de transformação, comércio e serviços apresentaram resultado positivo em seu faturamento no período de 2009 até o primeiro semestre deste ano, quando registraram alta de 7,6%. Os dados constam da pesquisa Indicadores da Micro e Pequena Indústria divulgados ontem pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Seabrae-SP) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Segundo o diretor-superintendente do Sebrae, Bruno Caetano, esse resultado indica que as MPEs estão se recuperando da crise financeira externa, mostrando otimismo com o mercado consumidor interno. “Muitas empresas se prepararam para datas sazonais como o Dia das Crianças e Natal. Isso indica que o segmento está confiante”, reflete.

Enquanto o setor como um todo oferece um indicador robusto, o desempenho da indústria de transformação ficou bem aquém com o faturamento, crescendo apenas 2,6% no último semestre (veja quadro ao lado). A falta de competitividade acirrada frente aos produtos importados e problemas estruturais como a alta carga tributária e juros ainda elevados no período, levarama esse resultado, segundo aponta Bruno Caetano.

Gargalos
O professor de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Antonio Correa de Lacerda, segue a mesma linha de raciocínio e destaca que o problema ainda enfrentado de acesso ao mercado de crédito para financiamento produtivo se torna também um inibidor do crescimento mais consistente das MPEs. “Há casos em que o agente financiador pede um valor de garantia muito acima do bem que a empresa deseja financiar, desestimulando seus investimentos e consequentemente sua competitividade”, afirma.

A falta também da busca de inovação é outra pedra no caminho da indústria. “Em virtude do emaranhado tributário que as MPEs precisam enfrentar, não sobra tempo para o empresário investir em um quesito tão fundamental para competitividade de sua indústria”, diz. Para tentar eliminar esse gargalo, Bruno Caetano, do Sebrae, conta que a entidade est lançando este mês a ação Agente Local de Inovação. “Vamos mapear cada MPE com o objetivo de identificar se utilizam processos inovadores em seu chão de fábrica”, explica. De acordo com ele, após o levantamento, um grupo de técnicos do Sebrae passará a oferecer consultoria gratuita com estratégias voltadas às indústrias de pequeno porte.