05/11/18 12h41

Realidade virtual: startup brasileira prevê 7 parques temáticos até o fim de 2019

Com negócios divididos em três frentes, Arvore passou rapidamente de 4 para 70 funcionários e captou investimento de US$ 5 milhões

Época Negócios

Há pouco mais de um ano, a Arvore era um projeto incipiente de quatro pessoas, era bancada pelos sócios e estava desenvolvendo um jogo para óculos de realidade virtual. Hoje, a startup com sede em São Paulo conta com 70 funcionários, acaba de abrir uma unidade de negócios em Los Angeles e proliferou as frentes de atuação: além de softwares imersivos, cria miniparques temáticos baseados na tecnologia e prevê a proliferação deles pelo Brasil.

Com nove investidores via venture capital e US$ 5 milhões já captados em uma primeira rodada de negócios, a empresa espera dobrar o valor em breve para dar conta da expansão almejada. O passo mais recente acaba de ser dado: a aquisição da BSMotion, outra startup nacional, produtora simuladores imersivos de corridas e voos – daqueles que tremem, se mexem e dão ainda mais emoção à aventura. Após a operação, a unidade foi batziada de Arvore Dynamic.

Com isso, a Arvore, pretende criar um modelo de negócio que combine os três eixos de atuação da empresa. “Nosso estúdio está criando um software para um simulador de voo que vamos lançar, do ‘tipo Star Wars’. E este estará exclusivamente em nossas experiências de parques temáticos”, explica Edouard de Montmort, Chief Strategy Officer da empresa.

Chamados de Voyager, esses miniparques reunem atrações de realidade virtual com os vários jogos já lançados pela startup. A primeira unidade foi aberta no Shopping JK Iguatemi, em uma área nobre de São Paulo, em julho. A próxima seguirá estratégia semelhante, prometida para dezembro no shopping Morumbi Town, também na capital paulista.

Para o ano que vem, ao menos mais cinco unidades são planejadas em cidades não reveladas pelo CSO. Mas o plano de expansão é ainda mais ambicioso que isso: “Encomendamos uma pesquisa para saber qual poderia ser o tamanho do nosso mercado com o Voyager. E vimos que pelo menos 350 municípios no Brasil têm classe A e B suficiente para uma taxa de ocupação que viabiliza o negócio”, explica. “Se levarmos em conta que 10% dessas cidades acomodam mais de cinco lojas, temos um potencial de mais de 500 parques”, completa.

REALIDADE VIRTUAL, MERCADO REAL

Os números citados mostram que o mercado da realidade virtual, que até pouco tempo atrás era considerado meramente experimental, já possui sua consistência. Consultoria especializada em inovação, a ABI Research prevê que, só neste ano, 3,7 milhões de óculos sejam vendidos em todo o mundo para consumidores finais. Um crescimento de 52% ao ano deve levar a tecnologia, até 2022, a 17,6 milhões de unidades.

Conforme o produto se popularize, se torna menos provável que as pessoas se dirijam a centros de jogos para experimentá-los – “É como no caso das lan houses, que perderam força quando a banda larga se massificou no Brasil”, compara de Montmort. Mas, mesmo com esse cenário ainda distante, a empresa se cerca de alternativas, como os simuladores imersivos que agora são da Arvore Dynamic. “Esses vão dar uma experiência que as pessoas não terão em casa.”

Para levar essa cadeia de produtos a novos mercados, a empresa se firmou, agora, em Los Angeles. Assim, os simuladores, que no Brasil serão exclusividade dos parques Voyager, lá fora serão vendidos livremente. Segundo o estrategista-chefe, a expectativa é de vender ao menos um simulador por mês em 2019.