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R2 Soluções nasce com unidades em RS, SP e RJ

Valor Econômico - 09/06/2008

Depois de 43 anos no mercado de carrocerias, chassis e componentes para ônibus como acionista e diretor da Marcopolo, o empresário José Antônio Fernandes Martins decidiu, aos 75 anos, diversificar radicalmente o portfólio de negócios. Agora, ele é um dos sócios da R2 Soluções em Radiofarmácia, a primeira empresa privada brasileira que vai produzir fluordeoxiglicose-18 (FDG-18), substância empregada em diagnósticos por imagem em medicina nuclear para a detecção precoce do câncer. O projeto prevê, numa primeira fase, a construção de três cíclotrons, aceleradores de partículas usados para a produção do FDG-18, em Porto Alegre, São Carlos (SP), e Duque de Caxias (RJ), com investimentos de US$ 18 milhões. Os sócios de Martins são o farmacêutico Rafael Ribeiro Mädke, dono da gaúcha Radiopharmacus e que ocupa o cargo de diretor executivo da R2, e a REM, empresa da família Efromovich (dona da OceanAir) especializada em transportes de materiais radioativos. Apesar de inusitada, a opção de Martins não é despropositada. Ele identificou um promissor nicho de mercado depois que o monopólio do governo federal na produção de radiofármacos foi flexibilizado em 2006. Até então, com o monopólio estatal sobre os radiofármacos, a Radiopharmacus dava suporte para a instalação e operação de cíclotrons em outros países da América Latina, mas a abertura do mercado brasileiro escancarou uma janela de oportunidade. Segundo o farmacêutico, o Instituto de Pesquisa Energética Nuclear (IPEN) em São Paulo e o Instituto de Engenharia Nuclear (IEN), no Rio, ambos ligados ao Ministério da Ciência e Tecnologia, não conseguem, sozinhos, suprir a demanda potencial no país pelo FDG-18. Além de ampliar a oferta de doses do fluordeoxiglicose-18 no país, que hoje limita a capacidade de realização de exames a cerca de 200 por dia, os equipamentos permitirão que mais hospitais e clínicas adquiram as máquinas para fazer os diagnósticos.