Puxada por turbocompressores BorgWarner projeta crescer 4% em 2024
Apesar do cenário de estabilidade, uma vez que maior parte dos novos projetos foi lançada no ano passado, companhia se prepara para atender volumes escalonados
AutoDataA aposta da BorgWarner nos turbocompressores, que trouxe bons resultados à companhia ao integrarem veículos de passeio lançados no ano passado, continua escrevendo seu capítulo na história da empresa. Como tendência que veio para ficar os motores com turbo deverão seguir puxando a melhora do desempenho na fábrica de Itatiba, SP, cuja expectativa é a de avançar de 3% a 4% em 2024, tanto em volumes como no faturamento.
A projeção é de Melissa Mattedi, diretora geral para emissões, turbos e sistemas térmicos da BorgWarner no Brasil, que sucede a Wílson Lentini desde o início do ano. Embora este seja um ano de estabilidade e de manutenção dos resultados conquistados, principalmente por causa dos novos projetos de carros de passeio, a executiva está otimista.
“A penetração do turbo no mercado da América do Sul está escalonada. Vemos demanda crescente não só por causa da descarbonização mas pela economia de combustível, melhora da eficiência energética e redução de poluentes. E, no Brasil, o programa Mover só deverá potencializar esse movimento.”
Dentre os principais clientes de automóveis e comerciais leves da BorgWarner estão Stellantis, inclusos Pulse, Fastback, Toro e Strada, da Fiat, Renegade, Compass e Commander da Jeep, Peugeot 208 e Citroën C3 Aircross, em motores 1.0 e 1.3, e Volkswagen, em que todas as motorizações 1.0 utilizam turbos da marca, Polo, Nivus, Virtus e T-Cross.
“Estamos conversando com as equipes no Exterior, pois alguns projetos são feitos em conjunto com as montadoras, a fim de verificar a possibilidade de localizar mais versões de turbo”, afirmou a executiva. “Mas com os volumes atuais é possível afirmar que 50% dos turbos flex que rodam no Brasil saem de Itatiba.”
Enquanto se atém ao desafio de entregar os produtos conforme as vendas e produção aumentarem – projeções da Anfavea apontam para incremento de 4,9% na fabricação e de 10,9% nos emplacamentos em 2024, sendo que 17% do volume é importado – Mattedi contou que a empresa tem desenvolvido estudos para atender a motorização híbrida.
No ano passado, em entrevista a AutoData, a companhia informou que equipará motor de modelo híbrido flex com previsão de lançamento em 2025 ou 2026, mas o sigilo de pormenores foi mantido.
Meta é elevar produção da fábrica de 78% para 85% da capacidade
No atual cenário o planejamento para a fábrica de Itatiba, onde 80% do faturamento provêm dos turbocompressores, é promover melhorias ao negócio principal e reduzir a capacidade ociosa: “Não temos planos de expandir a unidade, mas de elevar a produtividade e avançar em melhorias no parque fabril, a fim de atender aos volumes escalonados. Afinal de contas apostamos no fato de que quem experimentou um carro com turbo não quer saber de outro sem ele”.
A meta é elevar o índice atual da produção, de 78%, para 85% e, assim, baixar a ociosidade de 22% para 15%: “Estamos trocando várias máquinas com tecnologia mais nova. Recentemente adquirimos quatro máquinas de grande porte, como balanceadoras e retíficas”.
Embora não informe o total de empregados Mattedi disse que, devido à adequação da mão de obra ao maquinário, o total de mão de obra é suficiente para atender os dois turnos de produção que, em algumas linhas, chegam a três turnos.
Na fábrica de Itatiba são produzidos também itens de gerenciamento térmico, como embreagens viscosas e ventiladores, sistemas de sincronismo do motor e correntes de sincronismo e ball bearings, ou rolamentos, presentes em veículos comerciais da Scania e da Volvo.
A outra unidade da companhia, em Piracicaba, SP, produz sistemas de baterias e analisa, a depender da demanda, a localização de carregadores estacionários.