PSafe vai investir R$ 150 milhões no país
Plano da empresa brasileira inclui a oferta de redes seguras de Wi-Fi em táxis e a expansão das operações para a América Latina
Brasil EcomônicoCompanhia de softwares de segurança do grupo Xangô — holding brasileira voltada ao desenvolvimento de start-ups de tecnologia —, a PSafe planeja investir R$ 150 milhões para consolidar sua operação no Brasil e iniciar sua incursão no mercado internacional. A previsão é que o montante seja aportado até o fim de 2016.
No modelo de negócios da PSafe, com foco em consumidores, a oferta de softwares de segurança é gratuita. As receitas têm origem em parcerias que envolvem indicações e anúncios de aplicativos e serviços aos usuários, ações pelas quais a companhia é remunerada. Entre os parceiros da PSafe nesse formato estão empresas como o Facebook. Hoje, a companhia possui uma base de 45 milhões de usuários, com uma média de 17 milhões de usuários ativos mensais, sendo 95% deles no Brasil e os 5% restantes na América Latina. “Nossa meta é alcançar uma base de 100 milhões de usuários até o fim de 2016”, afirma Marco de Mello, executivo-chefe da PSafe.
Após consolidar esse formato de veiculação nos dispositivos, a PSafe está abrindo uma nova frente para expandir seu modelo. Em julho, a empresa dá início a um piloto em São Paulo para a oferta de uma rede segura de Wi-Fi, no padrão 4G, em 250 táxis da capital paulista. Em setembro, o projeto chega ao Rio de Janeiro e até o fim do ano, o plano é alcançar uma frota de 10 mil táxis nas duas cidades. No Rio, um dos apelos é a proximidade da Olimpíada. Em 2016, a ideia é estender a iniciativa a outras capitais das regiões Sudeste, Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte, nessa ordem. Para o lançamento da ação, a PSafe está costurando parcerias com cooperativas e aplicativos de táxi, como o Easy Taxi. “Não estamos cobrando nenhuma taxa e a oferta da rede é um benefício para os passageiros e os próprios motoristas”, diz Mello. “A demanda dos taxistas e cooperativas tem sido muito boa. Nós acreditamos que o limite da velocidade dessa expansão vai ser apenas a nossa capacidade de habilitar a frota”, observa.
Batizado de SafeWiFi, o projeto é fruto de uma parceria com a ZTE, que fornecerá o modem que será instalado nos veículos. O pacote inclui ainda a integração dos softwares de segurança da PSafe. Nos testes realizados até o momento, a conexão registrou uma velocidade média de 10 Mbps.
A iniciativa marca também uma nova etapa de um projeto similar, que envolve a instalação de redes seguras e gratuitas de Wi-Fi em bares e restaurantes de São Paulo. Hoje, a PSafe já possui uma base instalada de 500 estabelecimentos habilitados e prevê chegar a 1 mil até o fim do ano, com a meta de expandir o serviço ainda nesse ano para o Rio de Janeiro. “Esses dois projetos integram a nossa estratégia de democratizar o acesso à internet com segurança, seja qual for o momento e a forma de conexão do usuário. Começamos pelos PCs com Windows e pelos celulares equipados com o Android. Saindo dos dispositivos, o próximo passo natural são as redes, especialmente as de Wi-Fi, que hoje estão entre os principais vetores de vulnerabilidade”, explica Mello.
A PSafe já negocia com parceiros um modelo para rentabilizar as novas ofertas, a partir da veiculação de publicidade segmentada. Segundo Mello, o leque de oportunidades deve incluir formatos como o patrocínio e a exibição de anúncios de curta duração em vídeo antes de o usuário se conectar à rede. “A prioridade é não prejudicar a experiência do usuário”, diz o executivo.
Além dos novos projetos, o plano de investimentos da PSafe inclui a estruturação de sua operação na América Latina. O destaque nessa frente será a abertura de um escritório no México, em setembro. A Argentina e o Chile também passam a integrar o mapa estratégico da empresa. Esses mercados, no entanto, serão atendidos inicialmente a partir da operação brasileira, que hoje conta com unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis e uma equipe de 110 colaboradores. A ampliação desse time, bem como os aportes em pesquisa & desenvolvimento e na infraestrutura de tecnologia serão outros focos do plano da companhia.
Nos últimos 18 meses, a PSafe já havia cumprido um plano de investimentos de R$ 100 milhões, com o apoio de um aporte de US$ 30 milhões,que envolveu fundos de venture capital estrangeiros como a Redpoint eVentures e o Pinnacle Ventures. A nova iniciativa também será financiada pela soma de um aporte recebido pela empresa no fim de 2014 — de valor e investidores não divulgados — e de outro acordo que será fechado ainda nessa semana. “Estamos no caminho para atingir lucratividade em 2016 e com um apetite enorme de crescimento no Brasil e na América Latina”, diz. Mello criou a empresa em 2011, após passagens por empresas como a Microsoft, na qual respondeu durante quatro anos pela infraestrutura global de segurança do Windows.