18/02/11 11h22

Promon quer ampliar o foco em óleo e gás

Valor Econômico

Uma das mais tradicionais empresas de engenharia do país, com meio século de atividades, a Promon volta a centrar o foco na indústria de óleo e gás, setor que está em ebulição no país e que marca suas origens. A empresa foi estruturada em 1960 para disputar uma concorrência da Petrobras para fazer a expansão da refinaria de petróleo de Cubatão, na Baixada Santista. O plano atual é ganhar mais presença nas obras previstas tanto em terra - caso de refinarias - como no mar, em atividades ligadas à exploração e extração de petróleo e gás. "Temos um histórico em obras em petróleo e petroquímica e a Petrobras é uma das nossas principais clientes", diz Luiz Fernando Telles Rudge, presidente da companhia desde abril. No setor, apenas da Petrobras são esperados investimentos superiores da US$ 200 bilhões no país nos próximos anos, sem contar projetos de outras companhias locais e estrangeiras.

Hoje, a Promon está mais presente no onshore, com contratos no modelo EPC. Há, por exemplo, obras em cinco refinarias da estatal. "Agora, voltamos o foco também para a expansão importante que ocorre no offshore (em alto mar)", informa Rudge. Para isso, busca novos contratos tanto na construção de plataformas como na infraestrutura de apoio das atividades de exploração. Para reforçar seu know-how, uma parceria foi realizada com a compra de 7% do capital da americana DeepFlex, detentora de tecnologia em dutos de perfuração flexíveis para águas profundas.

O mercado de óleo e gás é o carro-chefe da divisão de Engenharia, é responsável por três quartos da receita total da companhia, que fechou em R$ 1,3 bilhão (US$ 764,7 milhões) em no ano passado. Esse valor consolida a Trópico, da área de telecomunicações (60% do capital), mas não inclui a PromonLogicales, também de telefonia. Nessa empresa, com faturamento na casa de R$ 400 milhões (US$ 235,3 milhões), tem 30%. A Promon Engenharia, cerne da estrutura da Promon S.A, tem forte presença ainda em setores que vão desde mineração, com destaque para minério de ferro, e fertilizantes até geração de energia (principalmente renováveis, como biomassa da cana), passando por siderurgia. Com esse portfólio, a empresa está presente de Carajás, no sul do Pará - onde participa dos projetos de expansão de minério de ferro da Vale - até Moçambique.

A receita da Promon Engenharia cresceu bem além de ritmo chinês nos últimos anos, passando ao largo pela crise de 2008/2009. Saiu de R$ 388 milhões (US$ 212 milhões) em 2008 para R$ 680 milhões (US$ 345,2 milhões) no ano seguinte e fechou 2010 em números redondos com R$ 1 bilhão (US$ 568,2 milhões). Sobre o desempenho de 2009 significou um crescimento de 50%. O executivo informa que a expectativa para os negócios totais da empresa, neste ano, é de um aumento de 15% na receita total. No orçamento foram cravados 13%.