19/07/18 11h15

Prologis projeta nova década de expansão no país

Valor Econômico

Dez anos depois de desembarcar no país por meio de parceria com a Cyrela Commercial Properties (CCP) e quase um ano após a cisão da joint venture com a empresa brasileira de propriedades comerciais ter sido formalizada, a americana Prologis mantém a estratégia de crescimento perene e estima ter seu portfólio de galpões triplicado ou quadruplicado até o fim do seu segundo ciclo de dez anos.

Com um milhão de metros quadrados prontos e possibilidade de erguer 1,2 milhão de metros quadrados, nos próximos cinco anos, com os terrenos que já possui, a empresa busca áreas para desenvolvimentos posteriores de pelo menos 1 milhão de metros quadrados, segundo o vice-presidente sênior e diretor regional da Prologis no Brasil, Rogério Cardoso.

Com atuação nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, a Prologis Brasil é a segunda maior empresa de galpões com atuação no país, atrás apenas da Global Logistic Properties (GLP), mas ocupa a primeira colocação, de acordo com Cardoso, se considerados apenas empreendimentos de padrão triple A.

O executivo diz que há grande potencial de crescimento do mercado de galpões, considerando que a parcela de empreendimentos de boa qualidade ainda é pequena em relação ao total. "Tivemos um mercado de galpões muito bom nos últimos seis meses", afirma Cardoso, que assumiu, em novembro do ano passado, o cargo de vice-presidente da Prologis no Brasil, no lugar de Hardy Milsch.

De acordo com Cardoso, o crescimento de 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é suficiente para que haja absorção de áreas de galpões em regiões com grande demanda de logística. Há procura por espaços, principalmente, para migração para projetos de melhor qualidade e mais eficientes por parte de empresas de comércio eletrônico, logística e da indústria farmacêutica.

A Prologis tem taxa de vacância de 9% do portfólio estabilizado (com mais de 12 meses). Segundo o executivo, áreas de melhor qualidade estão sendo absorvidas, com redução de carências para início do pagamento de aluguel e de diminuição de descontos. "Até o fim do ano, haverá pressão positiva de preços de locação, começando por São Paulo", afirma Cardoso.
Estão previstos investimentos pela Prologis em galpões na Rodovia Presidente Castelo Branco, em Cajamar (SP), Jundiaí (SP) e no Rio de Janeiro. O conjunto dos desembolsos que serão iniciados neste ano fica entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões. Os investimentos previstos para dar suporte ao crescimento total buscado para a próxima década não são divulgados.

A principal estratégia de expansão é o desenvolvimento dos chamados galpões especulativos, ou seja, sem locação prévia, embora a empresa participe também de concorrências para projetos sob medida (build to suit).

Segundo fontes de mercado, a Prologis participa da principal disputa atual do mercado de galpões logísticos - a construção de centro de distribuição para a varejista Renner no interior do Estado de São Paulo -, mas Cardoso não confirma se a empresa está, de fato, na concorrência.

Aquisições de galpões nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro também estão no radar da Prologis. "O desafio é a qualidade dos empreendimentos prontos. O mercado é muito novo", afirma o executivo. Entre 2007 e 2017, a empresa atuou no país por meio da joint venture Prologis CCP.