22/12/23 11h20

Projetos de transição energética devem injetar R$ 25 bilhões em capital privado no Estado

Iniciativas mapeadas pela InvestSP ainda podem gerar até 7,7 mil empregos

InvestSP

Tornar o setor privado um parceiro estratégico do poder público e apoiar as ações do Governo de São Paulo para descarbonizar a cadeia produtiva paulista. Foi com esses objetivos que a InvestSP, agência de promoção de investimentos vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), definiu a questão da transição energética como tema prioritário em 2023.

Alinhada às trilhas de desenvolvimento da SDE, que foca em temas como descarbonização, neoindustrialização e economia circular, a InvestSP passou a dar apoio estratégico a vários órgãos da administração estadual em ações e programas voltados para a transição energética.

Destaque para a atuação junto à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), responsável pelo Plano Estadual de Energia 2050 (PEE), que tem como meta uma matriz de carbono líquido zero. Nessa trilha, o Estado se compromete a criar políticas que incentivem agentes públicos e privados a buscar tecnologias menos poluentes ou compensar as emissões de gases do efeito estufa por processos que removam CO2 da atmosfera.

Para dar suporte às diretrizes do plano, a InvestSP mapeou 23 projetos privados que já estão em andamento em São Paulo, focados em transição energética, que devem receber quase R$ 25,7 bilhões em investimentos e gerar 7,7 mil empregos. Alguns exemplos são a produção de carros que utilizam motores híbridos-flex como alternativa sustentável à gasolina; e a construção ou reforma de fábricas e usinas que gerem energia ou combustíveis renováveis a partir de fontes sustentáveis, como bagaço de cana e resíduos sólidos urbanos.

Toyota, Syngenta, Votorantim Cimentos e Bracell são algumas das empresas que, nos últimos meses, apoiadas pela InvestSP e a SDE, anunciaram investimentos focados em transição energética no Estado.

“Compensar as emissões de carbono não depende apenas do poder público, mas também da adoção de métodos produtivos e de uma logística de baixo carbono pelo setor privado. Cabe a nós incentivar e garantir todas as condições para que esse tipo de investimento cresça em São Paulo”, diz a diretora de Estratégia e Inteligência da InvestSP, Marília Garcez.

Hidrogênio de baixo carbono

Ao longo de 2023, a InvestSP ainda firmou uma série de parcerias para garantir que a inciativa privada, o setor produtivo, o poder público e a academia trabalhem em conjunto na atração de investimentos em transição energética. Por exemplo, com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Universidade de São Paulo (USP), por meio do InovaUSP.

Um segundo acordo foi assinado com a GWM, montadora chinesa que investirá R$ 10 bilhões em uma fábrica em Iracemápolis, no interior do Estado. Ela deve atuar em conjunto com a InvestSP em estudos e projetos para a implantação de uma rota logística de veículos movidos a hidrogênio e a identificação de parceiros para geração e fornecimento do combustível a partir de fontes renováveis.

A InvestSP aposta no potencial de São Paulo para a geração de hidrogênio de baixo carbono a partir da reforma do etanol, matéria-prima da qual o Estado é o maior produtor do país. Além de substituir combustíveis poluentes, como gasolina e diesel, o hidrogênio também pode ser usado como insumo por indústrias de vários setores. Ele está presente, por exemplo, no processo de produção da amônia verde, usada na fabricação de fertilizantes.

As apostas para uma economia limpa também passam pelo incentivo ao biometano (gás produzido a partir de materiais biológicos), à amônia verde (principal matéria-prima para a fabricação de fertilizantes verdes), ao etanol de segunda geração (também produzido a partir de resíduos da cana-de-açúcar) e outras alternativas verdes para abastecer as cadeias de energia, gás, transportes e indústria.