15/06/10 10h49

Projeto do 3º aeroporto de SP une construtoras

O Estado de S. Paulo

A Camargo Corrêa, que possui entre as subsidiárias uma empresa chamada Aporte, que opera aeroportos no Chile, Colômbia, Honduras e Curaçau, se associou à também construtora Andrade Gutierrez para construir e operar o terceiro aeroporto de São Paulo. Executivos da Camargo estiveram discutindo o assunto recentemente no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O projeto já está pronto, mas para ser colocado em prática depende da decisão do governo de fazer um marco regulatório permitindo que o futuro aeroporto internacional de São Paulo possa ser construído e operado pela iniciativa privada, seguindo o modelo de decreto assinado na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O decreto permitiu que o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, fosse objeto de concessão. A assessoria de imprensa da Camargo Corrêa confirmou a existência do projeto e manifestou interesse em construir e operar o aeroporto. Ressalvou, no entanto, que "aguarda o modelo do marco regulatório do governo" para apresentar a sua proposta.

Uma das áreas em estudo para o aeroporto seria a cidade de Caieiras, a 35 quilômetros da capital. O aeroporto teria capacidade para receber 22 milhões de passageiros por ano, a mesma movimentação de Cumbica, conforme estudo elaborado com a consultoria de uma empresa ligada à Boeing. A obra exigiria recursos de US$ 2 bilhões de dólares e a previsão é que não tenha participação pública.

A Camargo Corrêa já tem uma área na região de Caieiras, comprada em 2007 pela CCDI, braço de incorporação imobiliária do grupo. O terreno de 5,2 milhões de metros quadrados pertencia à Companhia Melhoramentos e é uma área de reflorestamento. O local fica a 20 km do Centro de São Paulo, margeado pela Rodovia Tancredo Neves. O prefeito Roberto Hamamoto demonstrou interesse, mas acha que o terreno da Camargo Corrêa não tem condições de ser usado. "O impacto ambiental seria imenso, porque a área é cortada por mananciais."