10/06/24 14h52

Projeto da USP estuda tecnologias para integrar de maneira eficiente os parques eólicos offshore à rede elétrica

Ipesi

Um projeto do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), da Universidade de São Paulo (USP), está investigando a melhor maneira de levar a energia elétrica que será produzida nos futuros parques eólicos offshore na costa do Brasil para o continente. E, ainda, qual a forma mais adequada de abastecer com eletricidade as plataformas de óleo e gás instaladas no oceano.

O RCGI é um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) montado na Escola Politécnica da USP (Poli-USP) com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Shell, e no qual 20 pesquisadores, entre docentes, pós-doutorandos, doutorandos, mestrandos e graduandos, trabalharão ao longo de três anos na criação de ferramentas capazes de auxiliar na escolha da tecnologia mais adequada para a transmissão de energia em cada caso, no âmbito de um programa financiado pela empresa de multienergia TotalEnergies.

“O projeto tem dois objetivos distintos, que compartilham um elemento comum: a transmissão de energia pelo mar”, explica o engenheiro eletricista Renato Machado Monaro, professor da Poli-USP e coordenador dos trabalhos.

No entanto, de acordo com o professor, as duas vertentes têm características diversas. Os parques eólicos offshore serão construídos perto da costa. Os projetos preveem distâncias de até 20 a 30 km da praia, boa parte deles ainda na plataforma continental, onde a lâmina d´água é mais rasa. Já as plataformas de petróleo são, naturalmente, instaladas onde está o óleo.

Águas profundas

Ele acrescenta que as plataformas brasileiras com estrutura para exploração de petróleo e gás estão situadas em média a 148 km de distância, com as mais distantes chegando a 300 km da costa, na bacia de Santos, no estado de São Paulo, por exemplo, em águas profundas ou ultraprofundas.

Atualmente, a energia consumida nessas plataformas vem do gás do próprio poço de exploração. Ou seja, as plataformas funcionam hoje como um sistema isolado, não integrado. Outra ideia com a integração é de também descarbonizar o máximo possível a extração do óleo.

“No contexto das mudanças climáticas, empresas e países têm trabalhado com um período de transição energética, onde há uma descarbonização gradual das atividades”, diz Monaro. “Com a eletrificação das plataformas, diminuiremos a nossa dependência de petróleo, pois emitiremos menos CO2 nessa exploração”, acrescenta o pesquisador, segundo quem o consumo de petróleo deve diminuir ao longo das próximas décadas, mas dificilmente irá desaparecer.

O projeto já está bem encaminhado. Os pesquisadores estão realizando um levantamento dos limites tecnológicos, dos custos dos sistemas e materiais já utilizados em outros países, como cabos de transmissão, transformadores, conversores, entre outros, bem como as perspectivas futuras do segmento.

Também investigam a capacidade de geração dos parques eólicos planejados e o quanto deverão produzir de energia, além de avaliar a quantidade de energia consumida pelas atuais plataformas. 

 

Fonte: https://ipesi.com.br/projeto-da-usp-estuda-tecnologias-para-integrar-de-maneira-eficiente-os-parques-eolicos-offshore-a-rede-eletrica/