13/07/10 12h54

Projeção sobe e venda deve crescer 12%

Valor Econômico

O forte desempenho das vendas de papelão ondulado no primeiro semestre e a perspectiva de manutenção de indicadores econômicos positivos durante a segunda metade de 2010 levaram a indústria a rever, para melhor, a expectativa para os negócios neste ano. Após ampliar, em fim de março, para 8% a 9% a previsão de alta nas vendas do setor, a Associação Brasileira do Papelão Ondulado (ABPO) trabalha, agora, com expectativa de expansão de 12%. O desempenho da indústria de caixas, acessórios e chapas de papelão ondulado é considerado importante termômetro do nível de atividade econômica do país.

Nos seis primeiros meses deste ano, de acordo com prévia divulgada ontem pela ABPO, as vendas brasileiras de papelão somaram 1,256 milhão de toneladas, uma alta de 19,49% ante o registrado no primeiro semestre de 2009. Esse desempenho corresponde a média mensal de 209,439 mil toneladas, ante 189,489 mil toneladas por mês em 2009. "Tradicionalmente, o segundo semestre é ainda mais forte para a indústria", diz o presidente da entidade, Ricardo Trombini. Confirmada a previsão de crescimento de 12%, as vendas de papelão devem alcançar 2,55 milhões de toneladas neste ano, um novo recorde para a indústria.

A maior demanda também se reflete em preços ascendentes, que são impulsionados ainda pela elevação dos custos com matéria-prima - tanto a celulose virgem quanto as fibras secundárias experimentaram forte alta no primeiro semestre. De janeiro a junho, conforme a indústria, o papelão ondulado ficou em média 20% mais caro e há margem para novo reajuste, em torno de 15%, no decorrer do segundo semestre. "Os custos continuam pressionados, o que deve gerar uma nova correção nos preços até o fim do ano", afirma.

Conforme Trombini, a maior demanda por papelão levou as fábricas a operarem com taxa de ocupação em torno de 96% e 97%. No entanto, não há risco de desabastecimento ou necessidade de importação. "Há investimentos em curso e outros deverão ser anunciados até o fim do ano", explica. Tradicionalmente, as indústrias de alimentos e de higiene e limpeza são as maiores compradoras, em volume, de caixas e acessórios de papelão. "São esses setores que estão puxando o crescimento". A prévia da ABPO aponta que, em junho, as vendas foram de 219,119 mil toneladas, alta de 17,22% na comparação anual, porém com queda de 3,83% frente a maio. Conforme Trombini, o recuo corresponde a menos de um dia de produção e já era previsto.