Programa vai selecionar startups da área de saúde em Rio Preto
Objetivo do programa é tornar a cidade polo de desenvolvimento na área
Diário da RegiãoIncentivar ideias inovadoras e criar um ambiente favorável para que empreendedores talentosos encontrem recursos necessários para desenvolver seus negócios é um dos objetivos do Health me Up, programa de aceleração de startups da área de saúde que será lançado nesta quinta-feira, 23, em Rio Preto.
Iniciativa de um grupo formado por cinco empresas do setor de saúde, o programa conta com apoio do Parque Tecnológico e da Prefeitura de Rio Preto. O edital prevê a seleção de 12 startups que viverão uma imersão de quatro meses e contarão com capacitações nas áreas de saúde, estratégia, gestão, negócios, marketing, vendas e tecnologia.
Além das oficinas e do acompanhamento especializado, os participantes do programa contarão com a mentoria de executivos das empresas realizadoras para auxiliá-los a colocar seus produtos no mercado. No final da imersão, as startups terão a oportunidade de captar até R$ 500 mil em investimento para alavancar o negócio.
A parceria de empresas da iniciativa privada no incentivo a negócios inovadores que buscam soluções para a área é fundamental, defende Sergio Maciel, diretor da Unimed Rio Preto. “Nós, da iniciativa privada, sabemos onde estão os pontos fracos, as necessidades, o que precisa ser mudado e os problemas que precisam ser resolvidos. E as startups, com suas inovações, criatividade e, de forma disruptiva, têm as soluções”.
Para o CEO e fundador da Shift, Marcelo Lorencin, essa sinergia entre as marcas cria um ambiente propício de inovação para a transformação do setor de saúde e do cuidado com o paciente. “Com essa visão de futuro, a tecnologia assume um papel central e exponencial nessa revolução e esperamos que o programa possa contribuir para promover reflexões, transformações e nos unir ainda mais na consolidação das tendências”.
As empresas Ultra-X Medicina Diagnóstica, Braile Biomédica e Grupo Cene completam o grupo que encabeça a iniciativa. Para Gilberto Mariano, vice-presidente do Conselho Gestor do Parque Tecnológico, a participação das empresas da iniciativa privada serve como um complemente para os serviços oferecidos pelo Parque, que oferece incentivo financeiro. “O grupo se propõe a ir além do simples investimento financeiro. A proposta é interagir com essas startups no sentido de dar direcionamento correto ao desenvolvimento desses projetos. No caso de precisarem de recursos essas empresas fazem o aporte”. Segundo Mariano, as empresas terão uma atuação mais ampla do que as entidades de financiamento de pesquisa que disponibilizam verba, mas não participam de maneira mais próxima.
Inscrições
Para participar do programa, os empreendedores precisam estar desenvolvendo uma solução na área da saúde, possuir disponibilidade e tempo para se dedicar ao negócio, além de competências necessárias para o desenvolvimento do projeto. As inscrições para o 1º ciclo começam hoje e se encerram no dia 7 de novembro. Para se inscrever é necessário acessar o site www.healthmeup.com.br
Apoio estrutural
A NanoChemTech Solutions é uma startup rio-pretense que foi desenvolvida após um período de incubação no Parque Tecnológico e que hoje oferece soluções para a área de saúde. A empresa passou a integrar o Partec em 2018, após ser selecionada a participar do espaço de coworking.
Os períodos de pré-incubação e de incubação foram importantes para o desenvolvimento e implantação de um modelo de negócios, afirma a CEO Gabriela Byzynski, já que nem ela e nem a sócia possuíam experiência em gestão empresarial. “Nossa empresa foi criada a partir da aprovação de um projeto de pesquisa e ter o Partec ao lado, para fazer a estruturação da empresa e ajudar nas partes de gestão e de planejamento estratégico e em como crescer de forma mais ordenada, auxiliou e muito”, diz.
Entre os serviços oferecidos atualmente está o monitoramento microbiológico quantitativo e qualitativo do ambiente, com o objetivo de controlar a disseminação de vírus, fungos e bactérias. Além disso, a startup desenvolve produtos voltados para a segurança em ambientes hospitalares, laboratórios e clínicas. “Não é só pesquisa, nós prestamos serviço para colocar todo esse conhecimento em prol e utilização das empresas que precisam”, destaca.
Segundo Gabriela, os produtos desenvolvidos pela empresa já foram patenteados e devem chegar o mercado em breve. Atualmente, a empresa passa por um processo de incubação remota, em que mantêm o contato e mentoria com o Partec, mas já dispondo de espaço físico próprio. (FN)
Negócios que solucionam problemas
Com a crise sanitária provocada pelo coronavírus, o investimento em modelos inovadores de negócios ganhou força. E as empresas que mais se destacaram do ramo de tecnologia são justamento as startups de saúde. Segundo relatório da empresa de inovação Distrito, o Brasil chegou ao número de 900 startups de saúde.
Segundo Wladmir D'Andrade, profissional especialista em inovação, a vantagem que as startups têm em relação às empresas tradicionais é a velocidade. “São empresas que avançam mais rápido na criação de produtos, ganho de mercado e relacionamento com clientes. É por ser mais enxuta que ela consegue imprimir essa velocidade”, diz.
D’Andrade explica que essa agilidade é importante em um mercado em transformação que está sempre em busca de soluções – o que na área de saúde é ainda mais urgente. “Isso foi mostrado na pandemia: a importância de agir rápido ou mesmo preventivamente”.
Para o especialista, a natureza das startups está em buscar solução para problemas, sejam eles mais aparentes, sejam em nichos mais específicos. Essa expertise em conseguir enxergar coisas que as grandes empresas não conseguem faz das startups um dos principais motores de desenvolvimento da economia. “Isso funciona em qualquer setor, inclusive na saúde, área primordial na vida de todos. Isso faz essas empresas ganharem grande relevância nesse momento”.