16/10/23 14h55

Produtores de manga da região de Rio Preto estão animados com competitividade

Produção de manga favorece fruticultores paulistas, abrindo mais mercado em relação ao Nordeste

Diário da Região

Com projeção de crescimento na exportação da manga, fruticultores estão apostando nas perspectivas de mercado favorável com a comercialização e na maior competitividade com os estados nordestinos, maiores produtores da fruta no País. “Neste ano, a produção da manga começa mais forte no estado de São Paulo, com preços melhores pagos ao produtor”, conta Maurício Ranolfi, fruticultor de Nhandeara.

Variedades como a tommy e a palmer, que são as mangas preferidas do consumidor brasileiro, começam a ser colhidas no Noroeste paulista a partir deste mês. Segundo Ranolfi, por enquanto os preços estão bons para a pré-colheita que ele fez da variedade espada vermelha. “Espero que os preços não baixem. O que está sendo pago agora, R$ 4,00 o quilo, está ótimo para os produtores de manga”.

O cenário é considerado atípico para os analistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o mês de setembro. Os preços, que geralmente caem nesta época do ano, subiram e atingiram a maior média nominal para um mês de setembro em toda a série histórica.

No geral, os dados do Cepea apresentaram a menor oferta de manga no Nordeste, porém as exportações tiveram bom ritmo no Vale do São Francisco (PE/BA), com crescimento de 84% dos valores pagos no mês de setembro, frente ao mesmo período de 2022. Com isso, houve diminuição ainda mais significativa do volume destinado ao mercado interno de comercialização da palmer e da tommy.

A estimativa dos analistas do Cepea é que as mangas produzidas no estado de São Paulo comecem a entrar no mercado brasileiro com comercialização intensa neste mês. Em relação aos preços, os dados demonstram que a intensificação da oferta paulista deve ser acompanhada de preços mais baixos, mas que podem ser superiores ao normal para o período.

O produtor Maurício Ranolfi considera que a produção de manga, no estado paulista, precisa de maior valorização por parte de todos que decidem por plantios da fruta. “Está difícil manter um patamar de preços. Agora estamos vendendo a manga por R$ 4,00, o quilo, mas se chegar a R$ 2,00 nos meses de novembro e dezembro, quando há mais oferta, está bom. O ruim é que tem produtor que vende por R$ 0,60, o quilo”, afirma.

Ranolfi também aposta no mercado exportador da fruta e no consumo que vem crescendo no mercado interno. “Muitas indústrias estão comprando a fruta para processar e produzir o suco de manga. É um mercado que cresceu bastante, sem contar a exportação para os Estados Unidos que vem crescendo”, pontua.

Colheita da fruta é manual

A atividade exige manejo em diferentes etapas da produção, com adubação, escorar os galhos para os frutos não caírem no chão, e mão de obra para a colheita, que é toda realizada de forma manual, sem auxílio de máquinas.

Na lida com os pomares de manga há 28 anos em Votuporanga, José Salvador Inácio da Silva, o Neco, conta que o consumidor brasileiro absorve mais a manga para o consumo natural e, apesar da tommy e palmer serem as preferidas, a espada vermelha tem boa aceitação. “É uma fruta doce e não tem fiapo (fibra), o que ganha na preferência do consumidor”, diz Neco.

Nos pomares de Joaquim Sousa, em Nova Aliança, o plantio de manga expandiu, com 300 novas árvores cultivadas. Além da palmer e da tommy, o produtor investe na manga bourbon, mais tradicional em outras épocas, e na manga maçã, uma variedade ainda pouco conhecida. “São muito saborosas, e sem fiapo”. 

 

Fonte: https://www.diariodaregiao.com.br/economia/agronegocio/produtores-de-manga-da-regi-o-de-rio-preto-est-o-animados-com-competitividade-1.1906625