Produtividade da indústria registra alta de 4,5% no ano

A produtividade do trabalho na indústria de transformação cresceu 4,5% em 2017, após dois anos de ganhos tímidos, de 1,6% em 2016 e 0,4% em 2015, informa a Confederação Nacional da Indústria (CNI). No quarto trimestre, o aumento foi de 1,3% sobre o terceiro. A produtividade do trabalho é medida pelo volume produzido dividido pelas horas trabalhadas.

Em 2017, a produção aumentou 2,2% para uma queda de 2,2% nas horas trabalhadas. Esse indicador cresce desde o segundo trimestre de 2016, segundo a entidade, acumulando nesse período - de recessão - aumento de 9,2%.

A CNI observa que de 2007 a 2017, a produtividade subiu 8,4%, mas enquanto o indicador caiu 0,7% na primeira metade do período, cresceu 9,1% na segunda metade. "As razões para o crescimento recente da produtividade merecem uma investigação mais profunda. No entanto, é provável que resulte da mudança de comportamento tanto das empresas quanto dos trabalhadores em decorrência da crise econômica", diz a entidade, em nota.

Entre as explicações possíveis está o chamado efeito composição, em que empresas menos produtivas fecham em razão da crise, e o efeito comportamental. Também faz parte desse efeito o fato de que, forçadas a reduzir a atividade e o número de colaboradores, as empresas buscam reter os trabalhadores mais produtivos e dispensar os menos produtivos.

O efeito comportamental se relaciona à busca pela sobrevivência. Durante a recessão, pressionadas pela queda na receita, as empresas buscam ser mais eficientes e reduzir custos. A queda no ritmo de atividade também facilita mudanças na gestão e reorganização produtiva.

A indústria investiu em melhora de processos mais que em aumento de capacidade. Segundo a pesquisa "Investimentos na Indústria", em 2010, 32% das empresas investiram para aperfeiçoar ou abrir novo processo produtivo, e 53% buscavam aumentar ou manter a capacidade. Em 2014, o investimento em processos alcançou 47%, enquanto o investimento em capacidade caiu para 35%.