04/06/09 14h23

Produção recebe US$ 2,75 bi em maio

O Estado de S.Paulo - 04/06/2009

Os bons ventos que voltaram a rondar o mercado acionário brasileiro também atingiram o setor produtivo em maio. Dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC) mostram que o Brasil recebeu US$ 2,75 bilhões de investimento direto estrangeiro (IED) no período - mais que o dobro do valor absorvido pelo País em maio de 2008, quando entrou no mercado interno US$ 1,3 bilhão. No ano, entretanto, o ingresso de capital está 17% inferior ao verificado no ano passado: US$ 11,2 bilhões ante US$ 13,98 bilhões.

Apesar da queda, economistas comemoraram o resultado de maio. Na avaliação deles, o ambiente internacional no início de 2008 era muito mais positivo comparado ao cenário atual. "Diante desse quadro mais adverso, a expectativa de receber US$ 25 bilhões de recursos estrangeiros este ano é um número bastante positivo", destaca o economista Antonio Corrêa de Lacerda, professor da PUC-SP. Isso significa que haverá um recuo em torno de 40% em relação aos US$ 43 bilhões ingressados em 2008.

O bom humor dos investidores com o Brasil está fundamentado nas boas perspectivas da economia interna, diferentemente do que ocorre com os países desenvolvidos. "O resultado de investimento estrangeiro mostra como é importante ter uma economia com boas expectativas de crescimento", analisa o professor da Unicamp, Júlio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.

A continuidade de dinheiro estrangeiro no Brasil, embora em níveis menores em comparação com o ano passado, representa confiança no País, destaca o economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Freitas Thadeu. Ele comenta que a volta da liquidez no mundo beneficia o Brasil, já que as taxas de retornos são bastante elevadas, em torno de 15%, enquanto na média mundial não passa de 10%.