Com receita de € 1 bi, DHL abre centro em Viracopos
Centro especializado no aeroporto deve começar a operar em maio
Valor EconômicoA DHL Express, braço de distribuição da companhia alemã Deutsche Post DHL, de entregas e logística, começa a operar em maio seu centro especializado no aeroporto de Viracopos, na cidade de Campinas, interior de São Paulo. Com receita anual de € 1 bilhão, a empresa tem crescido a um ritmo acelerado no Brasil. A nova unidade de distribuição no país será a primeira a receber voos próprios da DHL Express. A companhia mantém outros dois centros de distribuição, uma no Galeão, no Rio de Janeiro, e outra em Guarulhos, na Grande São Paulo.
Nos últimos dois anos, a companhia tem ampliado suas atividades no país, com expansão de centros de operação em todas as áreas. A abertura do centro de distribuição no aeroporto de Viracopos está entre essas iniciativas. O valor do investimento não foi revelado.
De acordo com Joakim Thrane, responsável pelas operações da companhia no Brasil, os voos diários virão principalmente de Miami, nos Estados Unidos, mas poderão chegar de outras regiões também. O objetivo, segundo o executivo, é ter mais controle sobre as operações, especialmente em um ano de alta demanda do segmento aéreo, por conta da realização da Copa do Mundo 2014.
"Faz parte do nosso plano de expansão no Brasil. Vamos dividir a demanda de Guarulhos e atender o resto do Brasil, enviando cargas para outros locais também", afirmou Thrane, sem revelar valores de investimento ou da estrutura que a companhia pretende montar no centro de Viracopos.
A DHL Express já tem operações no aeroporto, com um terminal alfandegado, no qual pode ser feita a liberação de cargas que chegam do exterior. "Estamos sentindo muita boa vontade por parte da Receita Federal e da administração do aeroporto com relação a essa nova estrutura", afirmou.
Segundo Thrane, ainda não há planos para aumentar a frequência de voos próprios da companhia para o Brasil, além de Viracopos. "Vamos ver como evolui primeiro", disse ele, durante encontro com a imprensa ontem, em São Paulo.
Os aportes previstos para o Brasil não são de capital intensivo, afirmou o presidente mundial da Deutsche Post DHL, Frank Appel. A parte mais pesada será feita em unidades para armazenamento de produtos, usadas para aprimorar o abastecimento em diferentes regiões do país.
A maior parcela dos aportes previstos, disse Appel, está relacionada à contratação de pessoal. "Criamos oportunidades até para quem não tem faculdade", disse o executivo. De acordo com ele, encontrar profissionais com bom nível educacional tem sido um problema, o que também impede um crescimento mais acelerado da companhia no mercado local.
Apesar do cenário pessimista com relação ao crescimento do Brasil, Apple disse que a Deutsche Post DHL continua confiante no país. Para 2014, o executivo disse que a expectativa é de um crescimento modesto, seguindo a perspectiva do cenário econômico global. Em sua opinião, este ano não será melhor que 2010. "Mas também não vejo muito espaço para ser pior do que 2013", afirmou.
No 3º trimestre do ano passado, a companhia registrou receita de € 13,5 bilhões, com queda de 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O resultado sofreu impacto da variação cambial em diferentes regiões. Já o lucro líquido no 3º trimestre de 2013 teve um incremento de 6%, para € 399 milhões.
Com 10 mil funcionários e mais de 10 mil clientes, as operações brasileiras da DHL poderiam ter obtido um resultado ainda maior se o país fizesse o seu "dever de casa". De acordo com o executivo, é preciso melhorar a infraestrutura, reduzir a burocracia e, principalmente, diminuir as barreiras alfandegárias e aumentar o peso do comércio internacional na economia.
"Já se evoluiu muito nos últimos dez anos e, se o país acertar tudo, terá um futuro importante. E são todas coisas que podem ser feitas pelos próprios brasileiros, que têm todas as condições para isso", afirmou Appel.
O executivo não revelou números precisos porque a companhia encontra-se em período de silêncio para a divulgação dos resultados do 4º trimestre de 2013, mas disse que o resultado atual no país já é bastante representativo. "Um bilhão [de euros] dentro de uma receita global de € 55 bilhões [faturamento da companhia em 2012] é significativo", disse.
As atividades da DHL são divididas em três segmentos distintos: a DHL Express, de entregas; a DHL Global Forwarding, de frete aéreo e marítimo; e a DHL Supply Chain, da área de logística. A maior operação instalada no Brasil é a de Supply Chain, que mantém aproximadamente 9,5 mil funcionários.