05/10/07 14h28

Produção industrial bate recorde

Valor Econômico - 05/10/2007

A produção da indústria brasileira apresentou forte dinamismo em agosto e cresceu 1,3% na comparação com julho, 6,6% em relação a igual período de 2006 , 5,3% no acumulado do ano e 4,5% na taxa anualizada. Os dados divulgados ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficaram bem acima das expectativas de institutos de pesquisas, bancos e consultorias, atingindo nível recorde de produção na maioria dos 27 ramos pesquisados, o que não ocorria desde 2004, disse Sílvio Sales, coordenador de indústria do IBGE. "A tendência para os próximos meses do ano é de manutenção do aquecimento da indústria , que costuma ser impulsionado pelas vendas de fim de ano", ressaltou Sales, que não vê risco de problema de pressão de preços na economia por restrição de produção. O IBGE trabalha com crescimento da indústria de 5,6% no ano, mantido o ritmo de agosto. O bom desempenho da indústria, liderado pelo setor de bens de capital, que no ano cresceu 17,6%, seguido pelos bens de consumo duráveis, com expansão de 6,9% até agosto, dividiu economistas em relação ao grau de pressão da demanda interna sobre o aquecimento da atividade econômica, que, para a maioria, poderá levar o Banco Central a sustar a trajetória de queda dos juros na próxima reunião do Copom por temer uma disparada da inflação. A expansão da produção da indústria atingiu a maioria dos 27 segmentos industriais pesquisados pelo IBGE. Na comparação com igual mês do ano passado, os automóveis lideraram com 17,5% de alta e máquinas e equipamentos com 18,2%, mais equipamentos de transporte (24,5%). No período, entre as categorias de uso, os bens de capital reforçaram sua liderança, crescendo 21%, puxados por máquinas agrícolas, com aumento de 100,8%, reforçando a tendência de recuperação da agricultura este ano. Os bens duráveis cresceram 13%, sustentados por automóveis (11%), celulares (20,6%), eletrodomésticos (12,7%) e motos ( 22,6%), que respondem basicamente a uma demanda interna significativa favorecida pelo crédito em expansão e o aumento da massa salarial. Os semiduráveis e não-duráveis continuam se expandindo abaixo da média de crescimento da produção industrial, avançando 4,2% na comparação mensal e 4,2% no acumulado do ano. Para a consultoria Austin Rating, o fato revela que os salários não estão puxando a demanda, o que afasta o fantasma da alta inflação.