Produção de vagões deve dobrar em 2008

Valor Econômico - 17/12/2007

A indústria de vagões ferroviários está otimista com a perspectiva de crescimento nas vendas nos próximos anos. Três fabricantes, Amsted Maxion, Randon e Usiminas Mecânica, têm em carteira mais de dois mil vagões contratados para entrega em 2008. Há ainda opções que, se confirmadas, poderão ampliar as encomendas. Os fabricantes de vagões também estão na expectativa de consulta feita pela Vale para compra de 12,5 mil vagões em cinco anos, pacote cujo valor total poderia alcançar cerca de R$ 2,5 bilhões (US$ 1,4 bilhão). O cálculo considera um valor médio por vagão de R$ 200 mil (US$ 112,4 mil). Procurada, a Vale informou, por meio de sua assessoria, que não iria se manifestar. Mas no mercado só se fala da consulta da mineradora, que valeria para entregas entre 2008 e 2012, e todos os fabricantes estão interessados. A Usiminas Mecânica é uma delas. A empresa já desenvolve protótipo de vagão para atender a Estrada de Ferro de Carajás (EFC), controlada pela Vale. Osmar Luz, superintendente da Usiminas Mecânica, disse que a empresa planeja produzir 800 vagões em 2008, dos quais 300 vagões para minério de ferro têm entrega firme com a MRS Logística. Há ainda opções para MRS e Vale. Oscar Becker, diretor financeiro da Iochpe-Maxion, sócia e controladora da Amsted-Maxion, disse que a empresa tem encomendas firmes de 1.940 vagões para 2008, o que irá resultar em receita bruta de R$ 320 milhões (US$ 180 milhões). Os vagões foram contratados por MRS, Vale, MMX e ALL. A Amsted-Maxion, líder de mercado, deu à Vale a opção para comprar mais 800 vagões no ano que vem.  A expectativa da indústria de vagões ferroviários no país é entregar entre 2,5 mil e 3 mil vagões no ano que vem, o que marcará o início da recuperação do setor depois de dois anos de queda. Em 2007 serão produzidos cerca de 1,3 mil vagões, abaixo dos 3,5 mil de 2006 e do recorde histórico de 7,5 mil de 2005, que foi sustentado pelas compras da Vale.