02/03/12 14h30

Produção de shale gás ganha força no mundo

Brasil Econômico

Estudo da KPMG aponta que Brasil tem potencial para ser o segundo maior produtor do insumo extraído a partir de uma rocha chamada xisto

O aumento da produção de gás natural produzido a partir do xisto, o chamado shale gas, nos próximos anos, pode mudar o mercado mundial nesta área e tornar o combustível a principal fonte de energia renovável do planeta, segundo pesquisa do Instituto de Energia da KPMG Global, divulgada com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO.

Um dos destaques do levantamento é o potencial do Brasil de se tornar o segundo maior produtor deste insumo nas Américas, atrás dos Estados Unidos. A pesquisa mostra que a transformação da indústria mundial seria grande, já que o produto tem potencial para tornar algumas nações autossuficientes e afetaria diretamente o cenário atual de oferta e procura de energia. “O shale gas está tornando o mercado mundial de energia mais competitivo e ampliando presença em vários países, uma vez que novas tecnologias para a extração estão sendo desenvolvidas. A produção poderá transformar países que tradicionalmente importam gás e exportadores. E várias empresas vêm demonstrando a intenção de utilizar o insumo como forma de abastecer as suas unidades”, analisou Manuel Fernandes, sócio da KPMG no Brasil e líder para a área de Petróleo e Gás.

Os principais fatores que favoreceriam a produção deste gás seriam o aumento da população mundial e o consequente crescimento da demanda de energia, que deverá aumentar 40% até 2030, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE). Entretanto, apesar da abundância do gás em alguns países e dele ser considerado o combustível da transição de uma matriz energética suja para uma mais limpa, por reduzir as emissões de gases do efeito estufa, o shale gas ainda enfrenta resistência, especialmente devido ao risco de contaminação do lençol freático enfrentado na extração do gás e o fornecimento de gás natural ainda ser maior do que a procura. Embora o Brasil tenha potencial para serum dos líderes nesse setor, a falta de interesse em uma nova matriz energética e baixos investimentos prejudicam o posicionamento do país. “Nossa oferta de outros gases, principalmente derivados do petróleo é muito grande. Então, não haveria razões suficientes para o país investir em uma nova matriz”, diz Fernandes