04/11/09 11h19

Produção de máquinas cresce 5,8%

O Estado de S. Paulo

A produção industrial do País aumentou 0,8% em setembro ante agosto e fechou o terceiro trimestre com alta de 4,1% ante período anterior, no melhor desempenho trimestral apurado desde o fim de 2003. A reação da produção de bens de capital em setembro, um termômetro do desempenho dos investimentos, teve forte impacto nos resultados industriais do mês, como mostra pesquisa divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para a gerente de análise da coordenação de indústria do IBGE, Isabella Nunes, os resultados de setembro confirmam a continuidade da recuperação do setor industrial, com destaque para os bens de capital. Segundo ela, os estímulos governamentais e o aumento da confiança dos empresários garantiram a aceleração no crescimento desse segmento industrial.  A produção de bens de capital aumentou 5,8% em setembro ante agosto, bem acima da média da indústria e a sexta taxa positiva seguida ante mês anterior. Isabella observou que esse ritmo de crescimento foi bem superior em setembro, já que os resultados ante o mês anterior não ultrapassaram 0,7% em agosto e 1,6% em julho.

Os dados trimestrais confirmam a forte reação na produção de bens de capital. No terceiro trimestre, ante trimestre anterior, a produção aumentou 6,1%, o primeiro saldo positivo após três trimestres seguidos de queda. "Os resultados de bens de capital confirmam a recuperação crescente dos investimentos, estimulados pela reação, embora lenta, no uso da capacidade instalada e estímulos de governo, via crédito especial e desoneração de impostos."

Na contramão dos resultados dos bens de capital, a produção de bens de consumo duráveis (automóveis, eletrodomésticos), que vinha aumentando há oito meses consecutivos ante o mês anterior, caiu 1,1% em setembro. Para Isabella, a queda é pontual e reflete um recuo também pontual na produção de automóveis, por causa de paralisações de trabalhadores em empresas do setor. A produção de bens de consumo semi e não duráveis (alimentos, remédios, vestuário) também registrou recuo, de 0,7%, em setembro ante agosto. De acordo com Isabella, essa queda teve forte impacto da produção de carburantes e da indústria farmacêutica, e também não altera uma tendência de crescimento dessa categoria.