Produção de frutas vermelhas cresce, em Jundiaí, com agroecologia e comércio
Com o desenvolvimento de novas tecnologias, essas espécies significam uma oportunidade de diversificação de culturas na região
Jornal de JundiaíTambém conhecidas como “berries”, as frutas vermelhas, que são culturas originalmente nativas da América do Norte, têm encontrado em Jundiaí um espaço importante para o aumento da produção. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, essas espécies significam uma oportunidade de diversificação de culturas na região. As produções na cidade são acompanhadas pela Unidade de Agronegócio, Abastecimento e Turismo (UGAAT), da Prefeitura de Jundiaí, através de diversos programas de fomento ao agricultor.
Eva Vilma Manchini de Campos começou a plantação de framboesa, mirtilo, amora e morangos há pouco mais de um ano em caixas com manejo controlado. A produção, que se iniciou experimentalmente em pneus, agora ocupa uma estufa da propriedade no Rio Acima. Nos próximos meses, outras duas estufas também estarão produzindo. “Sempre fui apaixonada por frutas vermelhas. Além das propriedades medicinais e também pela cor e sabor. Como estou com um projeto de agroecologia, quero trazer as crianças para o sítio e fazer práticas pedagógicas e de convívio na natureza”, disse. A produção tem aproximadamente 300 pés. Ela também comercializa geleias.
Como a produção de “berries” ainda é muito nova na cidade, os dados do Levantamento Censitário das Unidades de Produção Agropecuária (LUPA) para a cultura de frutas vermelhas na cidade apresentam apenas a produção de morango, com 21 propriedades, totalizando 16,2 hectares. “As tecnologias do cultivo de morango também se encaixam na produção das outras frutas vermelhas. E também são frutas que o produtor consegue manejar em espaços menores e com a família”, disse o engenheiro agrônomo da UGAAT, Sérgio Pompermaier.
Janaina Michelin, do bairro Bom Jardim, também é um exemplo da nova produção na cidade. Nunca tendo produzido em escala comercial, escolheu justamente as berries, em especial o mirtilo, para começar a pequena plantação com 20 pés em substrato. “Tem um tempo que estava nesse impasse de produzir. Como minha área é pequena, fui pesquisar o que daria pra fazer, e me interessei pelos frutos vermelhos. Com a planta no substrato, a gente consegue controlar controlar o pH da terra, o que favorece o plantio”, disse.
“Dada a relevância que a produção das frutas vermelhas voltou a ganhar em Jundiaí, principalmente com o morango, estamos planejando um evento do Cultivo Protegido, no dia 29 de novembro, e que será voltado para a produção dessas culturas. O objetivo é orientar os agricultores e levar importantes orientações e trocas de experiências”, disse a diretora de Agronegócio de Jundiaí, Isabel Harder.
A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), do Governo do Estado, também atua em parceria com a Prefeitura para promover assistência técnica que abrange as etapas da cadeia produtiva das frutas vermelhas. “A demanda por essas frutas é crescente, pois são frutas ricas em nutrientes, e que têm uma demanda enorme por restaurantes, padarias e confeitarias. Além do turismo rural, pois são muito usadas também em ações com visitantes”, lembrou o gestor da UGAAT, Eduardo Alvarez.