Produção de cana no país crescerá 55% em seis anos
Folha de S. Paulo - 02/11/2006
O Brasil, maior exportador mundial de álcool, ampliará a extensão das áreas cultivadas com cana-de-açúcar. Assim, a produção da planta tropical aumentará cerca de 50% durante os próximos seis anos, no momento em que a alta dos preços do petróleo amplia a demanda pelo biocombustível produzido a partir da cana, segundo Eduardo Pereira de Carvalho, presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Única), que representa cerca de 85% da produção de açúcar e álcool do Brasil. A estimativa é de que a safra de cana cresça 55% durante os próximos seis anos, para cerca de 730 milhões de toneladas, enquanto as áreas plantadas devem se expandir 45%, para aproximadamente 9 milhões de hectares. Os preços do petróleo, que dobraram nos últimos três anos e geraram, como conseqüência, alta dos preços da gasolina, estimularam a demanda por álcool no Brasil e nos Estados Unidos, no momento em que o Japão e outros países pretendem começar a utilizar o biocombustível como aditivo à gasolina. A previsão é de que o preço do barril de petróleo se mantenha próximo ou acima de US$ 60 nos próximos anos, o que encorajará os investimentos na produção de álcool no Brasil. A demanda brasileira por álcool crescerá para 27 bilhões de litros durante os próximos seis anos, contra os cerca de 14 bilhões de litros atualmente, enquanto as exportações aumentarão para 7 bilhões de litros, comparativamente aos 3,1 bilhões de litros atuais, segundo Carvalho. O Brasil elevou a mistura obrigatória de álcool à gasolina para ajudar as usinas -que estão processando uma safra recorde de cana-de-açúcar- a vender o excedente da produção do biocombustível. As distribuidoras de combustível terão de adicionar 23% de álcool à gasolina comercializada nos postos brasileiros a partir do dia 20 deste mês -hoje, a mistura é de 20%. As usinas do Brasil transformam cerca de metade de sua cana em açúcar e o restante em álcool.