03/12/08 10h30

Produção cai 1,7% em outubro, com queda em máquinas e automóveis

Valor Econômico - 03/12/2008

Os efeitos da crise financeira internacional atingiram a indústria brasileira em outubro, quando houve queda de 1,7% na produção frente a setembro, a maior baixa na comparação com ajuste sazonal desde novembro do ano passado, quando o recuo foi de 2,1%. Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado de outubro foi puxado pelas férias coletivas e paralisações planejadas (no setor automotivo) ou não planejadas, principalmente em bens intermediários. Na comparação com outubro de 2007, a alta foi de apenas 0,8%, mesmo com outubro deste ano tendo um dia útil a mais. No acumulado do ano, a alta recuou de 6,4% até setembro para 5,8% no mês passado. O maior impacto para a queda de 1,7% na série com ajuste sazonal veio dos bens intermediários, que recuaram 3%, o maior tombo desde os 3,04% de outubro de 2001. Entre os ramos pesquisados, a baixa foi puxada por outros produtos químicos, que recuou 11,6% após cair 5% em setembro. De acordo com Sales, o setor sofreu com o câmbio - que elevou os custos de importação de insumos para fertilizantes -, com paradas, programadas ou não, de instalações, e com férias coletivas. Em três meses, o setor acumula queda de 20,9%. No setor de refino de petróleo e álcool, a queda em outubro foi de 9%, sobressaindo a paralisação de uma grande refinaria. O grupo teve o segundo maior peso na baixa de 1,7% em outubro. Outros produtos químicos e refino de petróleo e álcool têm, cada um, peso de cerca de 7% na produção da indústria brasileira, conforme o IBGE. Outros decréscimos importantes foram de máquinas e equipamentos, com baixa de 5,2%, e veículos automotores, que caíram 1,4%. Entre as demais categorias de uso, os bens de capital caíram 0,5% em outubro frente a setembro, enquanto os bens de consumo duráveis recuaram 4,7% e os semiduráveis e não-duráveis tiveram baixa de 2,2%. Como resultado, a média móvel trimestral recuou 0,6% em outubro, interrompendo um crescimento de quatro meses. A queda foi a maior desde o decréscimo de 1,1% de setembro de 2005.