Primeira fábrica nacional de lâmpadas LED será em São Paulo
Brasil Econômico
Impulsionada pela demanda de empresas, indústrias e governos, FLC investe na produção fabril e em centro de pesquisa e desenvolvimento. Segundo Abilux, segmento cresce mais de 30%ao ano no Brasil
A iluminação LED ganha cada vez mais espaço no mercado brasileiro. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux) apontam que a aceitação da tecnologia cresce mais de 30% ao ano, puxada pela maior demanda de empresas, indústrias e pela iluminação pública— já que uma portaria do governo federal define que as lâmpadas de luz amarela devem ser substituídas por LED e fluorescentes até 2017.
Por conta da demanda aquecida, o país dá os primeiros passos na fabricação nacional destas lâmpadas, antes importadas de países como a China. A brasileira FLC prevê inaugurar em novembro sua primeira fábrica de LED no país, no bairro do Limão, em São Paulo, alémde um Centro de Desenvolvimento e Inovação LED.
Segundo Roberto Gabrielli, diretor comercial da FLC, a construção do centro deve-se ao dinamismo e desenvolvimento rápido desta tecnologia. O LED virá da China, mas será fixado em circuitos produzidos no país. “Não seremos uma montadora, que recebe as peças e as conecta. Vamos efetivamente produzir aqui”, diz.
“O LED é algo antigo e conhecidamente de baixo consumo de energia, mas que vem sendo reinventado com o maior uso na iluminação. O centro estará voltado para desenvolver novos produtos e apresentá-los ao mercado”, completa o executivo.
A expectativa da FLC é de produzir mais de 100 mil peças por mês, atingindo também as classes C e D. “Ainda há a ideia de que o LED é voltado para as classes A e B, mas com a redução dos custos com a fábrica, queremos popularizar a tecnologia. O mercado está aí e é bem grande”, explica Gabrielli. Atualmente, essas lâmpadas, produzidas na China, representam 5% do faturamento da FLC. Com a fábrica, a expectativa é que este percentual aumente para 15% em um ano e atinja 30% já no segundo ano.
Os investimentos no segmento LED são uma parceria com a empresa de iluminação decorativa Startec, formando uma joint-venture, a FLC LED. “Vamos usar a expertise da Startec em luminárias, postes e outros produtos de iluminação para oferecer soluções completas ao mercado, que hoje tem duas frentes: o retro fit, que substitui as lâmpadas já existentes usando os mesmos spots; e soluções completas, em que os pot é fornecido já coma lâmpada”, completa.
Além de mais econômicas—reduzindo os gastos de energia em até 90% em comparação incandescentes—, as lâmpadas LED podem durar mais de 50 mil horas, contra 6 mil horas das incandescentes e 32 mil horas das fluorescentes.“ O LED têm diversas aplicações. A eficiência é apenas uma das vantagens. Existem outras, como não utilizar mercúrio”, destaca Isac Roizenblatt, diretor técnico da Abilux. Entretanto, uma lâmpada LED equivalente a 60 watts pode custar até R$ 80.
Nova planta terá concorrentes
Anova fábrica da FLC, porém, terá que concorrer com nomes de peso, como GE, Osram, Philips e Global Tech Led.
A GE, por exemplo, estuda a instalação de uma fábrica de montagem de lâmpadas LED, mas com os componentes chineses. Segundo a empresa, o objetivo é intensificar três frentes: iluminação pública, grandes eventos esportivos e consumidor final. Esses mercados devem nos ajudar a crescer acima dos dois dígitos em 2013 e nos próximos anos. A GE é a responsável pela iluminação do estádio do Maracanã e deve anunciar novos projetos em breve.
A consultoria Grow Investimentos — que tem sociedade com investidores americanos da Global Tech Led —, confirma as negociações com o governo de Santo Amaro da Imperatriz, na Grande Florianópolis (SC), para a implantação de fábrica de lâmpadas LED, mas procurada, não forneceu mais detalhes.
A Philips, com seu recente investimento na sua fábrica em Varginha (MG), confirma seu interesse na tecnologia. Já a Osram, braço de iluminação do grupo alemão Siemens, tem investindo mundialmente em produtos considerados sustentáveis, como as lâmpadas LED.