02/06/10 11h20

Previ quer ampliar investimentos em infraestrutura

O Estado de S. Paulo

O mais poderoso fundo de pensão do País, a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, que movimenta investimentos de R$ 142,4 bilhões (US$ 79,1 bilhões), iniciou ontem uma nova fase, com a posse de 27 novos diretores e conselheiros. O foco agora é aumentar investimentos em infraestrutura, o setor que vem aglutinando esforços do governo em torno de projetos de grandes obras. "Não vamos investir em alguma coisa que não seja produtiva ou que não dê rentabilidade para a Previ. Mas, evidente que aquilo que for importante para o País, por que não apoiar?", diz Ricardo Flores, que deixou a vice-presidência de Crédito do Banco do Brasil para assumir a presidência do fundo.

Bendine, que em abril do ano passado tomou posse no Banco do Brasil trocando seis diretores, também utilizou a cota de três indicações na Previ. Outros dois diretores em fim de mandato foram substituídos numa eleição. Ganhou a chapa apoiada por Sérgio Rosa, que deixou ontem a presidência do fundo. O sexto diretor, José Ricardo Sasseron, ainda está em exercício do mandato para o qual foi eleito.

A nova diretoria vai encontrar, de saída, uma negociação em andamento: a fusão entre a distribuidora paulista de energia CPFL e a Neoenergia, que controla distribuidoras no Nordeste, ambas com participação da Previ. O Grupo Camargo Correa, um dos controladores da CPFL, tem interesse em comprar a Neoenergia, um ativo calculado, conservadoramente, pela Previ, em R$ 16 bilhões (US$ 8,9 bilhões). A negociação está em curso, mas, segundo fontes, com algumas exigências impostas pelo fundo.

Flores não comenta os negócios em andamento. "Ainda estamos nos inteirando das questões técnicas na Previ", desconversa. Mas, disse ver com tranquilidade a defesa feita pela pré-candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, do uso dos fundos de pensão nos projetos de infraestrutura, alegando que a Previ é "blindada" contra ingerências políticas.