25/05/18 11h56

Presidente da Termomecânica prevê expansão de 10% na receita em 2018

Valor Econômico

Depois de ver sua receita líquida subir 17% durante o ano passado, a fabricante de cobre e ligas Termomecânica prevê crescimento adicional de 10% em 2018, segundo a presidente da companhia, Regina Venâncio. Em entrevista ao Valor, a executiva ainda revela que o melhor momento da economia e a chance de poder exportar mais provavelmente levará a um investimento adicional e a novas contratações neste ano.

O orçamento da empresa para investir em 2018 é de R$ 60 milhões, que virá inteiramente do próprio caixa. A executiva conta que propositalmente trabalha com uma expectativa conservadora de crescimento, em parte porque a economia não reage tão rápido como se esperava anteriormente. Mas isso não significa que o grupo não possa surfar uma retomada mais robusta, se ela vier.

"Se o mercado disparar, temos como atender muito rapidamente, instalando novos turnos, fazendo contratações. Mas inicialmente a projeção é de 10% de alta na receita", afirma. "Atualmente temos 1.700 funcionários trabalhando conosco, mas há uma oportunidade de empregar mais em 2018. Seria algo próximo de 100 contratações no ano."

No ano passado, a Termomecânica bateu um marco próprio, ultrapassando R$ 1 bilhão de receita líquida. Só as vendas no exterior saltaram 25%, com o aquecimendo da demanda por ligas especiais, a desvalorização do real ante moedas internacionais e o avanço dos preços do cobre, principalmente. Do volume de vendas, 20% foram para o exterior.

No mercado interno, os esforços comerciais com clientes e a retomada da demanda ajudaram a metalúrgica a aumentar as vendas em 9% e atingir uma participação de mercado de 46%, diz Regina.

A rentabilidade também melhorou consideravelmente. O lucro bruto, por exemplo, quase triplicou, para R$ 226,9 milhões, e o resultado operacional foi de R$ 126,4 milhões no azul, ante perdas de R$ 4,3 milhões em 2016. O lucro líquido subiu 101%, para R$ 134,9 milhões.

"Quando conseguimos melhor produtividade, diluímos os custos, o que em 2016 não conseguimos fazer", diz a executiva. "Maiores volumes trazem melhor aproveitamento das máquinas e menor ociosidade. Isso aumenta o resultado."

A presidente da Termomecânica, por outro lado, se diz temerosa de que a recuperação econômica até agora tenha sido, na verdade, "pontual". As encomendas à empresa de fato aumentaram para este ano, demonstrando aquecimento nos mercado em que a companhia atua, mas há riscos no horizonte, opina.

"É um ano eleitoral. Só depois das eleições, definido o cenário político, é que acredito que voltará a motivação para investir, o que aumenta a demanda pelos nossos produtos. Vimos no início deste ano um crescimento nas vendas, com recuperação dos pedidos pelo setor automotivo e até de construção civil", diz a executiva. "Assim como foi no começo da recessão, o fato de sermos bem capitalizados nos dá a fortaleza necessária para enfrentar uma desaceleração, se vier."

A empresa, antiga produtora de cobre, também está no segmento de alumínio agora. No ano passado, chegou perto de produzir sua capacidade total, de 1.150 toneladas por ano de tubos e barramentos. Em 2018, R$ 35 milhões em investimentos podem levar esse parque para 20,4 mil toneladas anuais.

"Vamos partir para aplicações mais específicas do alumínio, não competir com outras empresas que fornecem para latas e embalagens, por exemplo", explica. "São nichos especiais, que precisarão dos nossos tubos de alumínio e barramentos. São produtos especiais."