Prefeitura de Campinas libera construção de um dos mais modernos aceleradores de partículas do mundo

A Prefeitura de Campinas entregou ontem o alvará que permite o início das obras da construção do segundo Laboratório de Luz Síncrotron no Polo II de Alta Tecnologia da cidade, que terá investimentos de R$ 1,3 bilhão (US$ 481,5 milhões). A previsão é que o primeiro feixe de luz síncrotron do novo laboratório – usada pelos pesquisadores para obter conhecimento sobre os átomos e as moléculas e como estes se organizam para formar os materiais – seja emitido em 2018. Quando concluído, Campinas será sede do maior laboratório do gênero no Hemisfério Sul e um dos maiores do mundo. O laboratório será construído em um terreno de 150 mil metros quadrados cedido pelo Estado e com verbas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

O prefeito Jonas Donizette (PSB) entregou o documento ao diretor do Projeto Sirius, Antonio Ricardo Droher Rodrigues, durante cerimônia realizada na manhã de ontem no Paço Municipal. Oscar Vigna, coordenador das obras civis do Sírius, e Cleonice Ywamoto, coordenadora administrativa, também participaram da solenidade. Além da Secretaria de Urbanismo, técnicos da Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SVDS) trabalharam na análise e emissão dos licenciamentos ambientais e submeteram o projeto à análise do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comdema).

O Sírius será construído em um terreno dentro do Polo II de Alta Tecnologia. O prédio terá 68 mil metros quadrados e estará entre as obras civis mais sofisticadas do País, com exigências de estabilidade mecânica e térmica sem precedentes, segundo os coordenadores. Ele é um acelerador de partículas de 4ª geração, usado na análise de materiais orgânicos e inorgânicos. Sua infraestrutura poderá ser usada por pesquisadores das mais diversas áreas e permitirá o avanço de setores estratégicos como agricultura, saúde e energia.

O equipamento será composto, em sua maioria, por tecnologia brasileira e instalado próximo à primeira e única fonte de luz síncrotron do País, que opera desde 1997 sob responsabilidade do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron. A instituição desenvolve, desde a década de 90, projetos nas áreas de física, química, engenharia, meio ambiente e ciências da vida. O laboratório está em atividade desde 1983.