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Prazo maior de financiamento anima empresas

O Estado de S. Paulo - 30/08/2007

O alongamento do prazo de pagamento para até 30 anos e as condições mais favoráveis nos empréstimos para a compra da casa própria, anunciados terça-feira pela Caixa Econômica Federal, deverão acelerar o processo de popularização dos empreendimentos imobiliários. Segundo Carlos Kapudjian, diretor da Lopes Consultoria e Intermediadora de Imóveis, as novas opções de financiamento vão favorecer lançamentos em bairros de periferia e cidades do interior até então sem potencial financeiro para viabilizar esse tipo de empreendimento. Além disso, segundo ele, nos bairros de classe média, as construtoras e incorporadoras devem passar a fazer lançamentos de apartamentos um pouco maiores em relação aos oferecidos hoje. O diretor do departamento de empréstimos e financiamentos do Bradesco, Josué Augusto Pancini, concorda com Kapudjian. Segundo ele, o alongamento dos prazos vai aumentar o acesso da população ao crédito imobiliário. Ele afirma que o Bradesco aumentou o prazo do financiamento imobiliário de 20 para 25 anos em julho. Pancini afirma que cerca de 40% das operações do banco entre janeiro e agosto foram feitas com prazos de 20 anos. Segundo ele, a carteira de crédito imobiliário do Bradesco cresceu 70% no primeiro semestre comparada a igual período de 2006. No banco ABN Amro Real, os prazos de financiamento serão estendidos de 20 para 25 anos nas próximas semanas. O superintendente de crédito imobiliário da instituição, Antônio Barbosa, diz que a tendência é que haja aumento dos valores tomados pelos consumidores. Isso já foi verificado no alongamento dos prazos de empréstimo do banco de 15 para 20 anos no fim de 2006, explica ele. A exemplo do Bradesco, a carteira do banco tem crescido a uma taxa de 70% ao ano. Apesar de ser uma boa notícia, o alongamento dos prazos de financiamento exige cuidado, afirma o vice-presidente da Associação Brasileira dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira. Isso porque, diz ele, as taxas de juros no Brasil ainda são muito elevadas.