24/08/12 14h48

PPG, das tintas Renner, vai investir R$ 200 milhões

Brasil Econômico

Fabricante americana, conhecida pelo vermelho das Ferraris, quer fazer da unidade de Sumaré (SP) um centro de desenvolvimento para seus produtos

Transformar o braço nacional da fabricante de tintas americana PPG Industrial em um polo de inovação em produtos e serviços. Este é o desafio do peruano Carlos Alberto Olivera Santa Cruz, que há seis meses assumiu o comando da empresa no país. A empresa, mais conhecida por ser responsável pela cor “vermelho Ferrari” dos carros da luxuosa montadora italiana, quer tirar sua marca da sombra dos clientes famosos e destacar sua atuação em várias áreas de tecnologia, como aeroespacial, indústria automobilística, consumo e infraestrutura. Para isso, não descarta investir em aquisições no país para aumentar seu portfólio de serviços, que conta com a marca Tintas Renner, adquirida em 2007.

“Tinta é só uma das matérias primas dentro do processo produtivo, mas é a mais visível para o consumidor, é ela que transmite a emoção do produto”, afirma Santa Cruz. A fabricante vai investir R$ 200 milhões nos próximos três anos em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, com metas audaciosas de competir com grandes polos de inovação mundial da companhia, que atua em 60 países. “Antes só replicávamos as fórmulas desenvolvidas na Alemanha, Itália, Estados Unidos e China, agregando pequenos ajustes. Mas temos uma equipe forte de pesquisadores aqui no Brasil e não faz sentido não entregarmos inovação”, diz o executivo, que aposta em novos produtos para a área de repintura automotiva e também serviços na criação de cores para as montadoras como nichos de crescimento no país.

Para concretizar seus planos, no entanto, Santa Cruz prevê uma revitalização nos negócios no país, com meta de aprimorar desde o desenvolvimento humano — principal pilar para produzir inovação —, até a excelência operacional. “Inovação está além de P&D, significa melhorar processos e pensar fora da caixa”, explica Santa Cruz. E isso vale até para as pequenas coisas. O executivo brinca que sua primeira inovação na empresa foi revitalizar a velha geladeira da década de 1970 que fica em seu escritorio . “Queriam comprar outra. Mas dei um banho de ‘vermelho Ferrari’ nela e ficou linda, retrô”, comemora o engenheiro, oriundo da 3M, que aposta que ideias simples são capazes de fazer diferença. O foco de Santa Cruz é aumentar a participação da PPG no mercado brasileiro e também nos negócios da matriz, em Pittsburgh (EUA), que fatura US$ 14,9 bilhões por ano. “As vendas no Brasil representam 7% dos negócios da companhia, algo em torno de US$ 1 bilhão”, diz Santa Cruz.

“Temos planos de continuar crescendo com aquisições em mercados desenvolvidos como Brasil e China”, afirma. Atualmente, a PPG tem 10% do segmento de tintas do país. Santa Cruz não divulga números absolutos sobre o crescimento no Brasil, mas diz que, neste ano, a PPG vai crescer cerca de três vezes o avanço do Produto Interno Bruto (PIB). “No ano passado, crescemos duas vezes o PIB.”


Tintas Renner
Em 2007, a divisão arquitetônica da PPG adquiriu a fábrica e também a licença de uso de marca das Tintas Renner, sediada em Gravataí (RS). A marca, quarta no ranking nacional, foi reposicionada para concorrer com produtos da linha premium. Porém, nos planos de Santa Cruz ainda não está um embate com Suvinil e Coral em grandes mercados do Sudeste. “A estratégia será crescer com a marca não só em Porto Alegre e Santa Catarina, mas para outras cidades no Sul”, diz.