10/07/12 15h33

PPG aposta em tintas para carro

Valor Econômico

Quer chamar a atenção? Capriche na escolha da cor. Assim como uma roupa provocante, um carro com cor chamativa é capaz de despertar o desejo de consumo. É o caso do vermelho vibrante da Ferrari. A multinacional americana PPG pretende se destacar no Brasil - um dos mercados mais aquecidos da América Latina, ao lado do México - focando seus negócios em pintura e repintura de veículos.

O vermelho "desejo" dos modelos da italiana Ferrari tem a grife PPG. No Brasil não há exclusividade de contrato com nenhuma montadora, mas Carlos Olivera Santa Cruz, presidente da multinacional no país e para América do Sul, diz que a companhia planeja expandir sua participação no mercado nacional, com um leque mais amplo de cores para esse segmento. Controladora da marca de tintas decorativas Renner, com forte participação no Sul do país, a PPG quer se reinventar. Santa Cruz chegou à companhia há cerca de quatro meses para dar novo rumo à empresa, que se instalou no país em 1995. "Vamos criar a cultura PPG no Brasil", afirma.

O crescimento da companhia no país e no mercado internacional tem sido respaldado por aquisições e movimentos orgânicos. No Brasil, a aquisição relevante foi realizada em 2007, quando a companhia comprou a gaúcha Tintas Renner, consolidando-se no mercado de pintura decorativa, segmento extremamente competitivo, com concorrentes de peso como a Suvinil (da Basf), Coral (Akzo Nobel) e Sherwin-Williams.

Segundo Santa Cruz, a PPG quer avançar seus negócios no mercado automobilístico, oferecendo um portfólio inovador de cores. Nas montadoras, a empresa já mantém uma estrutura montada para executar a pintura. A empresa também atua no segmentos aeroespacial, embalagens (com pintura em latinhas de refrigerantes, por exemplo), linha branca e proteção anticorrosiva. No mercado automobilístico, a companhia ocupa a terceira posição e quer ampliar sua participação nesse segmento nos próximos anos.

Com três fábricas na América do Sul - em Sumaré (SP), em Gravataí (RS), onde ficam os negócios de tintas decorativas, e na Argentina -, a companhia prevê fazer investimentos de US$ 100 milhões nos próximos cinco anos na fábrica instalada no interior paulista para aumentar a capacidade de produção. A unidade de Sumaré é considerada a "matriz regional" da PPG.

Com um faturamento global de US$ 14,9 bilhões em 2011, a PPG América Latina respondeu por 7% das vendas totais (cerca de US$ 1 bilhão) - Brasil e México são os principais mercados. "Projetamos um crescimento de 10% a 15% por ano nos próximos cinco anos no mercado brasileiro", afirmou o executivo. Peruano, Santa Cruz é egresso da multinacional 3M, onde ficou por cerca de 20 anos, antes de assumir a presidência da PPG no país. De casa nova, o executivo está estreitando os laços com os clientes e seu desafio é expandir a marca PPG no país.

Segundo Santa Cruz, a companhia tem histórico de crescer por aquisições e continua olhando negócios que façam sentido para a PPG. Mas, neste momento, ainda não há uma negociação em curso de ativos no Brasil.