11/02/11 11h01

Pöyry leva contrato de € 144 mi para expansão da Rigesa

Valor Econômico

A finlandesa Pöyry firmou nesta semana com a Rigesa, subsidiária brasileira da MeadWestvaco (MWV), um contrato de R$ 325 milhões, ou € 144 milhões, o maior já assinado pela empresa de consultoria e engenharia em toda a sua história. A Pöyry será responsável pela interligação de todos os equipamentos e componentes do projeto de expansão da Rigesa, fabricante de embalagens de papel cartão e papelão ondulado, em Três Barras (SC). Na fábrica catarinense, a capacidade de produção de papéis para embalagem vai mais que dobrar com a implantação da nova máquina.

O investimento da MWV na operação brasileira foi confirmado em novembro, embora desde março o grupo americano viesse sinalizando com a possibilidade de ampliar a capacidade instalada no país. No total, os aportes para instalação de uma nova máquina de papel kraftliner em Três Barras, com capacidade de produção de 300 mil toneladas por ano, alcançam US$ 480 milhões. Hoje, a unidade pode produzir 235 mil toneladas anuais de papéis.

Em nota divulgada em novembro, o presidente da MWV, John A. Luke Jr., afirmou que a "decisão estratégica" de expandir os negócios na Rigesa reflete o "comprometimento com o crescimento continuado e a liderança de mercado no Brasil". A Rigesa, segundo informações do site da companhia, tem fábricas ainda em Pacajus (CE), Feira de Santana (BA), Valinhos (SP) e Blumenau (SC). O aporte de US$ 480 milhões é o maior já realizado pelo grupo americano no Hemisfério Sul.

Para a Pöyry, o contrato de 20 meses com a Rigesa também representa significativa evolução dos negócios no país. De acordo com o presidente da Pöyry Tecnologia, Marcelo Cordaro, a região ganha relevância nos negócios globais da companhia e a carteira de projetos, somente na área de celulose e papel, inicia o ano com cerca de € 200 milhões, relativos a dois projetos. O outro contrato foi firmado com a Eldorado Brasil, que está erguendo uma fábrica de celulose branqueada de eucalipto no município de Três Lagoas (MS), com capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas por ano.

"Trata-se do maior contrato da história da Pöyry. No mundo, a empresa costuma trabalhar com contratos menores que são parte de grandes projetos", explica Cordaro. Outra inovação refere-se à modalidade do contrato, que prevê a assunção de mais riscos por parte da Pöyry. É o chamado EPC (do inglês Engeneering, Procurement e Construction) "open book", em que são estabelecidas metas de resultados, que são compartilhados pelas partes. A tendência, segundo o executivo, é a que a empresa passe a trabalhar cada vez mais com essa modalidade de contrato. Em 2010, o faturamento da Pöyry totalizou € 682 milhões, dos quais 11% gerados a partir da operação na América do Sul.

A empresa não divulga a participação do Brasil nas receitas, porém Cordaro diz que o país tem "participação relevante". Além dos projetos da Rigesa e da Eldorado, na indústria nacional de celulose e papel, Suzano Papel e Celulose já confirmou investimentos em duas novas fábricas e a Fibria pretende ampliar suas operações.