28/09/09 10h42

Porto de Santos terá US$ 2,9 bilhões para obras

O Estado de S. Paulo

O maior porto da América Latina quer apagar a imagem caótica de seu dia a dia e eliminar o risco de colapso nos próximos anos. Para isso, foi dada a largada a um ambicioso plano de expansão, de R$ 5,2 bilhões (US$ 2,9 bilhões), que já começa mudar a paisagem do Complexo Portuário de Santos, responsável por 27% do comércio exterior brasileiro. Mais de 70% dos investimentos serão bancados pela iniciativa privada e o restante, pelo Estado, que terá a missão de melhorar os acessos, marítimo e terrestre, ao porto.

A ampliação tem base num plano de demanda que vem sendo desenhado pelo Banco Mundial. O estudo, previsto para ser concluído ainda este ano, prevê crescimento de até 158% no movimento no porto entre 2009 e 2024, de 88,96 milhões para 229,73 milhões de toneladas. "Decidimos olhar o porto daqui a 20 anos para nos programarmos melhor e evitar transtornos com a retomada da economia", destacou José Roberto Correia Serra, presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o complexo portuário.

A intenção é fazer um zoneamento de áreas, criando polos por tipo de carga, de grãos, contêineres ou granéis líquidos, além do transporte de passageiros. A estratégia será aproveitar os contratos de arrendamento que vencerão nos próximos anos para fazer a modelagem. Assim, um terminal poderia ser anexado a outro maior para dar mais escala ao transporte.

De acordo com os dados do Banco Mundial, o Porto de Santos precisará de 16 novos berços especializados para atender à demanda até 2024. Nove deles terão de ser construídos até 2014. Para isso, o governo federal conta com pesados investimentos de grupos privados, nacionais e estrangeiros, que estão ávidos por novas áreas nos portos nacionais.

Nos últimos meses, a orla do porto se transformou num enorme canteiro de obras, com a mistura da construção da Avenida Perimetral (com dinheiro do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC), e obras privadas. Segundo os estudo do Banco Mundial, o movimento de cargas gerais (contêineres e veículos) deve crescer 238% até 2024. Em cinco anos, o volume já terá aumentado 58%.