Porto de Santos em novos tempos
Diário do Grande ABCA eficiência dos terminais de contêineres do Porto de Santos aumentou muito desde o segundo semestre de 2013, quando entraram em operação dois megaempreendimentos, Embraport e BTP (Brasil Terminal Portuário), que ampliaram a oferta de espaço. Até então, o Tecon-Santos, da Santos Brasil, o maior terminal de uso público de contêineres do País, fazia o que estava ao seu alcance. Inaugurado em julho de 2013, o terminal da Embraport, que tem como acionistas a Odebrecht (66,7%) e a DP World (33,3%), recebeu investimentos de R$ 2,3 bilhões, enquanto o da BTP, parceria das empresas europeias TIL (Terminal Investment Limited) e APM Terminals, investiu R$ 2 bilhões, tendo começado a operar em agosto do ano passado.
Em razão disso, já se diz que a produtividade dos terminais de contêineres no maior porto brasileiro está entre as mais altas do mundo. E que seus números de movimentação por hora – principal indicador de eficiência – teriam ultrapassado os de grandes complexos portuários do mundo, como o de Roterdã, na Holanda, e o de Hamburgo, na Alemanha, aproximando-se dos portos chineses. É o que garante levantamento da empresa Hamburg Sud, que leva em conta o desempenho na operação dos navios da classe Cap San, com até 9.600 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e 335 metros de comprimento.
Para confirmar esses números, é preciso, porém, aguardar o levantamento para 2014 do JOC Group (Journal of Commerce), o JOC Port Productivity Data, até aqui considerado o mais confiável ranking mundial no segmento. Em 2013, de acordo com esse ranking, os portos chineses de Tianjin, Qingdao e Ningbo foram considerados os mais produtivos. Os três terminais mais produtivos foram APM Terminals Yokohama, Tianjin Port Pacific International Container Terminal e Ningbo Beilun Second Terminal. No topo do levantamento, o porto de Tianjin registrou 130 movimentos por hora, o de Quingdao, 126, e o de Ningbo, 120.
Para se ter termo de comparação, é de se lembrar que, antes da entrada em funcionamento daqueles dois terminais, a produtividade em Santos estava em torno de 60 contêineres por hora, abaixo da média mundial, que é de 80 por hora. Roterdã, por exemplo, registra média de 86 por hora, e o de Hamburgo, 81 por hora, conforme o 2013 JOC Port Productivity Data. Com a entrada em operação daqueles terminais, Santos ampliou sua capacidade, alcançando em 2014 até agora a média de 104 movimentos por hora, marca que não só se situa acima da média global como ultrapassa as médias que Roterdã e Hamburgo alcançaram em 2013.
Milton Lourenço é presidente da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicomis (Sindicato dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo).