17/12/14 15h36

Polo têxtil de Americana passa por consolidação

AGEMCAMP

O polo têxtil de Americana e o grupo de empresas localizadas na Região Metropolitana de São Paulo formam os principais parques industriais do setor no Brasil, concentrando desde a produção de fios até confecções. Americana passa por uma consolidação e as empresas com maior potencial de crescimento estão se mantendo no mercado. Mas é um processo duro: em cinco anos, a quantidade de empresas caiu 8,6%, passando de 663 unidades para 606 no ano passado. O faturamento atingiu R$ 6 bilhões (US$ 2,2 bilhões) em 2013.

Estudo divulgado ontem pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi) mostra que entre as empresas têxteis houve queda de 2,1% na produção entre 2009 a 2013. Por outro lado, foi registrada uma alta de 43% no valor da produção. Na área de confeccionados, nos últimos cinco anos houve um aumento de 2,7% no volume de peças produzidos e de 44% no faturamento.É com base nesses números que o diretor do Iemi, Marcelo Villin Prado, fala em consolidação do polo. “Apesar do fechamento de empresas, a região cresce em produção e faturamento, que devem se manter em alta”. As projeções do instituto apontam para elevação de 0,9% na produção de têxteis básicos e 1,9% nos confeccionados. Em valores, a estimativa é de um aumento de 7,9% nos têxteis e de 8,3% nos confeccionados.

Prado salientou que o cenário do setor no Brasil é de crescimento lento nos próximos anos. “A indústria têxtil e de confeccionados passou por um período de baixo crescimento nos últimos anos. Ela é muito afetada pelo movimento da economia. As perspectivas são de aumento das vendas nos próximos anos, mas ainda de forma lenta. A previsão de elevação das exportações é um fator positivo”, ressaltou. O Polo de Americana perdeu empresas, mas a área passa por uma consolidação. As empresas que se mantêm ativas estão ampliando as atividades. Nesse caso, o crescimento é saudável e consistente”, ressaltou.

O presidente em exercício do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem do Estado de São Paulo (Sinditêxtil), Francisco José Ferraroli, afirmou que o setor apresenta dados sólidos. “Há desafios para serem superados, mas existem perspectivas para os próximos anos. A projeção é que até 2020 o mercado brasileiro seja abastecido por 20% de produtos importados. A indústria nacional tem 80% para ser explorado e é um mercado muito grande”, ressaltou. Ele comentou que o setor dialoga com os governos para adoção de medidas que permitam o fortalecimento da cadeia têxtil e de confeccionados.