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Política industrial vai mesclar inovação e aumento da capacidade

Valor Econômico - 18/10/2007

A fase 2 da política industrial, que está sendo elaborada em conjunto por várias áreas do governo, terá como foco o fortalecimento do ciclo de investimento. Os setores que já estão investindo serão alvo de uma política de inovação tecnológica, e para aqueles que não têm uma taxa de investimento adequada, a política será direcionada para reforçar os ciclos de investimentos e viabilizá-los, neutralizando fatores macroeconômicos que são desfavoráveis aos respectivos setores. Para atingir esse objetivo, serão mobilizadas duas grandes alavancas: o BNDES e um tratamento tributário pró-investimento, como combinado com o Ministério da Fazenda. O investimento está hoje em ascensão no país, como mostra pesquisa do BNDES feita com base no desempenho de setores puxadores do investimento entre 2002 e 2005 e seus projetos para o período 2007 a 2010. De acordo com levantamento no portfólio do banco, estão previstos investimentos totais, entre 2007 e 2010, das áreas de indústria, infra-estrutura e construção da ordem de R$ 1,04 trilhão (US$ 569,2 bilhões) nos quatro anos. Desse total, a maior participação, de 44% no valor total, é da construção civil, com R$ 470 bilhões (US$ 257,3 bilhões) de projetos de investimentos em carteira, sinalizando um início de um ciclo de investimentos no setor imobiliário com impacto importante sobre o emprego. Com base nesses dados, o BNDES projetou uma trajetória ascendente para a taxa de investimento em relação ao PIB, que deverá chegar a 17,6% em 2007 e alcançar 21,2% em 2010. A meta de Coutinho, presidente do BNDES, é fazer a instituição funcionar como um propulsor de empresas inovadoras, desde incubadoras até grandes empresas. Para isso, o banco usará de vários instrumentos, seja a capitalização das empresas nascentes, a criação de fundos de "venture capital" para fortalecê-las até o apoio às grandes empresas. "Temos oportunidade de construir um ciclo de crescimento sustentável do ponto de vista macroeconômico desde que o investimento continue firme e cresça à frente da demanda corrente para manter o equilíbrio macroeconômico e ser o grande canal de transmissão de inovações", disse Coutinho.